Despedida sem glória do Estoril da Europa com uma derrota merecida diante do Slovan Liberec (1-2), numas das exibições mais pobres de toda a campanha nesta estreia europeia. Marco Silva tinha apelado à dignidade, mas nem isso a equipa conseguiu resgatar diante de uma equipa checa que fez pela vida e segue para os 16 avos de final com justiça. Mantém-se o estigma da Amoreira onde os Canarinhos, em onze jogos oficiais, já não vencem desde a primeira jornada da Liga.

Confira a FICHA DO JOGO

Com cinco habituais titulares no banco, o Estoril demorou uma eternidade a encontrar-se em campo, num forte contraste com o Slovan que, ainda com possibilidades de se apurar, sabia muito bem o que tinha de fazer. Os checos procuravam chegar rápido à baliza de Vagner, explorando bem os corredores, com especial destaque para as ações de Sural sobre o flanco direito. Os canarinhos conseguiram suster as primeiras investidas dos checos, afastaram a pressão, mas pouco mais. Com muita gente a querer mostrar-se, os canarinhos perdiam-se em duelos individuais e muito pouco jogo coletivo.

Os checos recuaram, mas procuravam todas as oportunidades para chegar rápido à área de Vagner. Num pontapé de canto, os checos conseguiram mesmo o que queriam, aos 19 minutos, com Rybalka a cruzar, Kovac a amortecer no coração da área e Sural a surpreender Vagner com um espetacular pontapé de bicicleta. Bonito e eficaz. Até ao intervalo, apenas duas oportunidades para o Estoril, ambas desperdiçadas por Gerso, a primeira delas de forma incrível, logo aos cinco minutos, ainda com o resultado em branco. Cruzamento perfeito de Balboa com o avançado a cabecear de cima para baixo, como mandam as regras, mas completamente desenquadrado com a baliza.

Marco Silva não pode ter gostado do que viu na primeira parte, mas a verdade é que a segunda parte não trouxe nada de novo. Os mesmos erros, os mesmos movimentos, com Gerso a abusar dos lances individuais, diante de um adversário muito bem organizado na defesa de um resultado que tinha ganho nova dimensão com um golo do Sevilha em Friburgo. Marco Silva, que já tinha trocado de guarda-redes, por lesão de Vagner, esgotou as substituições, procurando abanar o jogo com Evandro e Sebá em detrimento de Filipe Gonçalves e Gerso (noite para esquecer).

Mas nada melhorou. Evandro, na primeira vez que foi à bola, fez falta e viu um amarelo. Logo a seguir, aos 70 minutos, tremendo erro de Yohan Tavares que, ao tentar sair a jogar, foi desarmado por Pavelka que lançou Rabusic para o segundo golo. Os checos festejavam, com o apuramento à vista, enquanto os canarinhos espremiam as últimas gotas de dignidade para reduzirem a diferença, aos 82, com Babanco a cruzar para o desvio de Sebá. Um golo de honra que não salva nada.

Não foi só esta noite, ao longo de toda a campanha o Estoril deixou sempre a sensação que podia fazer mais e melhor. Três derrotas e três empates souberam a pouco. Será que vai ter nova oportunidade?