Um golo de Lima, em fora de jogo, garantiu a vitória do Benfica em Salónica (0-1), deixando abertas as portas dos oitavos de final da Liga Europa para a equipa portuguesa.

Talvez o empate fosse o resultado mais adequado ao que se passou no Estádio Toumba. Feitas as contas, sobram dedos de uma mão para contar as oportunidades de golo de ambas as equipas. E até pela ilegalidade do único golo, mas a verdade é que foi sobretudo por causa da postura do PAOK que pouco se jogou, principalmente na primeira parte. Sem necessidade de arriscar, o Benfica foi, em todo o caso, a equipa mais competente.

Jorge Jesus revolucionou o «onze» quase por completo, começando na baliza, com Artur de início e Oblak na bancada. Apenas quatro titulares conservaram o posto, sendo que um deles Enzo, até tinha falhado o desafio anterior por castigo (os outros foram Maxi, Luisão e Lima).

O treinador do Benfica apresentou também apenas um avançado (Lima), algo relativamente habitual em compromissos europeus. Mais surpreendente foi a colocação de André Gomes sobre o lado direito, e não Enzo.

Huub Steven, técnico do PAOK, decidiu reforçar a coesão defensiva, apostando em três jogadores na zona central do meio-campo: Lazar juntou-se a Maduro e Kaçe.

A equipa grega apresentou as linhas bem juntas, e recuadas, dificultando a tarefa do Benfica, que sentiu muitas dificuldades para chegar ao último terço.

A solução passava por explorar Maxi e Sílvio, que apareceram algumas vezes em zonas adiantadas, mas sem conseguir definir bem as jogadas. O português esteve particularmente em destaque, assumindo-se como o melhor elemento.

Neste contexto, e com o PAOK também incapaz de explorar o contra-ataque, até por estar muito encolhido, a primeira parte teve muito pouco interesse. Registaram-se apenas dois remates, um para cada lado, e sem perigo: primeiro Oliseh, após um erro benfiquista na saída (9m), e depois Sílvio a aparecer bem na área, mas a atirar por cima (30m).

Um bocadinho de futebol para ver

Na etapa complementar cedo se percebeu que haveria mais espaço. O PAOK lá decidiu alongar-se um pouco mais, e até esteve muito perto de marcar ao minuto 49, com um remate de Lazar que passou perto do poste da baliza de Artur, depois de mais um erro benfiquista na saída.

O Benfica respondeu dez minutos depois, com um golo. Enzo picou para a área, Djuricic recebeu no peito e Lima, que estava adiantado, rematou para o fundo da baliza.

Jesus descansou depois Enzo, lançando Fejsa, e refrescou as alas com a saída de André Gomes e Sulejmani para a entrada de Markovic e depois Salvio, de regresso à competição após quase seis meses de ausência por lesão.

Huub Stevens também renovou os extremos, lançando Lucas e Stoch, e a cerca de dez minutos o trunfo final, Salpingidis, prescindindo de um médio, no caso Lazar.

O PAOK apostou no futebol direto, mas acabou por provocar apenas um susto a Artur, e pequeno. Foi num cabeceamento de Insaurralde após cruzamento de Stoch, que o guarda-redes brasileiro defendeu, embora largando a bola.

Seguro defensivamente, como tem sido habitual nos últimos tempos, o Benfica segurou o triunfo, deixando a sua baliza a «zeros», uma vez mais.