Depois da eliminatória bem sucedida frente ao Manchester City, um dos principais candidatos à conquista da Liga Europa, seria de esperar que o Metalist fosse um adversário de sorte nos quartos de final, onde o Sporting chegou pela segunda vez nos últimos oito anos, depois da final perdida em 2004/05 para o CSKA Moscovo (foi eliminado em 2007/08 pelo Rangers).
Mas o aparente nome «mais pequeno» do Metalist, quando em prova continuam Schalke 04, At. Bilbao, At. Madrid ou Valencia, contrastava com a estatística europeia: melhor ataque com 25 golos, uma média de 2,5 por jogo, um número feito à medida da qualidade técnica da frente sul-americana, com Sosa entre o «rei» das assistências na Europa e Cristaldo e Taison como dois dos melhores marcadores da equipa (Devic, o melhor, começou no banco).
Ricardo Sá Pinto tinha os dados na mão, na véspera disse que o adversário não tinha pontos fracos, mas o Sporting sentiu mais dificuldades em impor o seu jogo na primeira parte do que se imaginaria. Afinal, as expectativas estão elevadas depois do brilharete frente ao City.
Um erro de Polga logo aos quatro minutos, a colocar a bola em Cristaldo, fez recear o pior, mas o central recompôs-se de imediato com um segundo corte certeiro. Mas só de fora da área as duas equipas conseguiam criar perigo. Taison, aos 22 minutos, atirou ao lado na marcação de um livre, pouco depois foi Cleiton Xavier, novamente à distância.
A melhor oportunidade do Sporting foi a caminho do intervalo, na sequência de um livre de Matías. Goryainov não segurou, Polga deixou para Van Wolfswinkel, mas o holandês atirou frouxo à baliza. Muito pouco.
Um minuto de classe é quanto basta
O remate ao lado de Izmailov no arranque da segunda parte deu o mote para o que se seguiria. O Sporting surgiu com outra cara, mais atrevida e agressiva e não demorou a fazer valer-se da mudança.
Uma recuperação de bola de Insúa prosseguiu para uma arrancada de Capel, que tabelou com o argentino para assistir Izmailov na conclusão. Estavam decorridos 51 minutos e o Sporting contornava o enredo com uma jogada de classe. O 2-0 esteve muito perto pouco depois, com mais um livre à medida de Matías, mas, desta feita, para Goryainov brilhar.
Da contenção da primeira parte passou-se ao «despesismo» na segunda. Insúa, na marcação de um livre à entrada da área, encheu o pé para o segundo golo, deixando em delírio os mais de 40 mil adeptos presentes em Alvalade.
Myron Markevich trocou de imediato Cristado por Devic, o melhor marcador da equipa, Sá Pinto respondeu com Renato Neto para o lugar de Daniel Carriço, um dos melhores em campo, o mais coerente com a estratégia do treinador desde o primeiro minuto, ele que esteve em dúvida.
E foi já com o avançado ucraniano em campo que começaram os problemas. O Metalist cresceu, o Sporting recuou e Rui Patrício assumiu o protagonismo. Uma, duas, três, quatro defesas praticamente de assentada, até ao golpe final. O guarda-redes não evitou a falta para castigo máximo sobre Devic e Cleiton Xavier não desperdiçou a oportunidade de reduzir.
A decisão, que esteve muito perto de definir-se em Alvalade, fica para 5 de Abril, em Kharkiv, na Ucrânia.
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