Diogo Rosado vai voltar a defrontar o Sporting, clube onde se formou como jogador, depois do sorteio dos quartos de final da Taça de Portugal ter colocado o Leça do Campeonato de Portugal no caminho da equipa de Ruben Amorim. Quase treze anos depois de ter deixado Alvalade e depois já ter percorrido meio mundo, o experiente médio de 31 anos, em conversa com o Maisfutebol, avisa desde já que se marcar não vai festejar.

«Já sabíamos que teríamos sempre um adversário complicado, o Sporting e o FC Porto como os mais fortes nesta fase, mas qualquer outro seria sempre difícil para nós que estamos num escalão abaixo. Pessoalmente, gostei do sorteio. Receber o Sporting no meu atual clube vai ser um misto de emoções», começou por contar.

O presidente do Leça, António Pinho, ficou «radiante» com o resultado do sorteio, um estado de espírito que se estende a todo o plantel. «É um jogo que qualquer jogador quer jogar. Todos querem desfrutar da experiência de poder jogar contra o atual campeão nacional. Vai ser uma montra muito grande para os mais jovens. A motivação vai estar lá em cima», comentou.

O Sporting de Ruben Amorim ainda não consentiu uma única derrota nas competições nacionais esta época, mas Diogo Rosado lembra que a Taça é propícia a surpresas. «Vai ser extremamente difícil. Mas eu sei uma coisa, no futebol há sempre lugar a surpresas, principalmente numa competição como a Taça de Portugal. Agora estamos cientes que são realidades completamente diferentes entre os dois clubes», destacou.

Além da motivação extra por defrontar um grande da Liga, o Leça vai poder contar com o apoio dos seus adeptos em casa. «Os nossos adeptos são incansáveis e insubstituíveis. Com eles, a motivação e ambição de ganhar está sempre no máximo. São fundamentais em todos os jogos», referiu.

Diogo Rosado, esta época, soma dez jogos e um golo marcado. Um golo determinante na Taça de Portugal já que serviu para afastar o Gil Vicente (1-0) na quarta eliminatória, já depois do Leça ter deixado também o Arouca pelo caminho. O médio espera ajudar a sua equipa com mais golos, mas ser marcar ao Sporting, por respeito, não faz tenção de comemorar.

«Estive lesionado nos últimos dois jogos, inclusivamente este último da Taça frente ao Paredes. O que espero é estar disponível clinicamente nesse dia. Agora que calhou o Sporting, acho que podemos sonhar, mesmo sabendo que vai ser extremamente difícil. Se conseguirmos ganhar com um golo meu melhor, mas não vou festejar. Isso não. O Sporting foi a minha casa durante dez belos anos», atirou.

Diogo Rosado esteve dez anos no Sporting, mas já saiu há treze, portanto haverá muitas referências no atual plantel de Ruben Amorim para o médio do Leça. «Do atual plantel do Sporting não está ninguém do meu tempo, aliás, está o grande Tiago que agora é o treinador de guarda-redes. De resto, só se for alguém do departamento clínico, além do Paulinho (roupeiro) que está lá sempre», comentou.

Esta não será a primeira vez que Diogo Rosado defronta o Sporting. Já na temporada 2013/14, quando representou o Vitória de Setúbal, o médio somou alguns minutos, num épico empate no Bonfim (2-2), arrancado com uma grande penalidade, convertida por Ricardo Horta, aos 88 minutos. Diogo Rosado entrou precisamente para o lugar de Ricardo Horta para jogar os minutos de compensação. «Creio que tenha sido a única vez. Depois, no Paços de Ferreira, cheguei a ir para o banco frente ao Sporting, mas não joguei».

Diogo Rosado fez boa parte da carreira no estrangeiro, passando por Inglaterra, França, Chipre, Angola e, mais recentemente pela Roménia, mas guardou sempre a expetativa de regressar ao primeiro escalão do futebol português. O jogo com o Sporting em janeiro, com a janela de mercado aberta, pode abrir novas expetativas para o jogador de 31 anos.

«Acho que não é um jogo que vai definir o meu futuro nesta fase da minha carreira, mas acredito que poderá ser mais um jogo a juntar a todos os outros da época para me ajudar a ambicionar a outros palcos. Hoje em dia há uma observação mais atenta às divisões inferiores, e isso é bom para quem tem talento, mas não tem oportunidade», comentou ainda Diogo Rosado.