Nono empate do Leixões em catorze jornadas (1-1), no regresso ao convívio com os grandes. 15 pontos a garantir alguma tranquilidade no final do ano de 2007, para uma equipa alimentada por grande dose de emoção, insuficiente para contrariar o racionalismo de um V. Setúbal maduro e inteligente, segundo classificado no ranking das igualdades: 8 empates. Belo espectáculo de futebol, a pedir mais golos.
O Leixões terminou o ano com dois jogos no seu Estádio do Mar, agora com condições suficientes para albergar uma massa associativa que empresta outro ânimo aos palcos do escalão principal. A abertura de portas em duas semanas consecutivas resultou numa feliz coincidência, com a visita de dois técnicos que marcaram o passado recente da formação de Matosinhos.
Na última jornada, Vítor Oliveira regressou ao Mar no comando técnico da União de Leiria, poucos meses após uma aventura que terminou com o reaparecimento do Leixões na Liga. Sentimento à parte, a equipa orientada por Carlos Brito ganhou novo fôlego com uma vitória construída na etapa inicial (2-1).
Na despedida de 2007, ano de centenário dos «bebés», foi a vez de Carlos Carvalhal matar saudades das gentes de Matosinhos, lembrando os tempos da presença na final da Taça de Portugal e na Taça UEFA. Os adeptos locais esperariam nova vitória frente a um homem da casa?
O V. Setúbal inverteu o seu triângulo a meio-campo, face à ausência de Sandro, levando a um encaixe perfeito no 4x3x3 inamovível do Leixões. Restavam os desequilíbrios individuais, e nesse aspecto surgiu um claro vencedor nos primeiros vinte minutos de jogo. O corredor direito de Matosinhos, formado por Filipe Oliveira e Jorge Gonçalves, superiorizou-se a Matheus e Adalto, com o extremo local a inaugurar o marcador ao 18º minuto.
A formação sadina sentia dificuldades para equilibrar forças mas conseguiu anular a desvantagem na primeira real oportunidade de golo, com Filipe Gonçalves a esquecer o ano passado ao serviço do Leixões para bater Beto à segunda tentativa. A partir daí, o V. Setúbal ganhou ainda mais clarividência e logrou desenhar mais alguns lances de perigo, até ao intervalo.
A etapa complementar surgiu a papel químico da primeira, com o Leixões a entrar melhor, a assumir as despesas do jogo, quase em exclusivo, nos primeiros vinte minutos e depois a perder gás, permitindo aos sadinos olhar para a baliza de Beto. Edinho atirou por cima, isolado, com Roberto a responder com um cabeceamento à trave. Carlos Brito agitou a equipa com o recurso ao banco e assistiu à pressão final dos homens do Mar, com constantes protestos face à arbitragem irregular de Paulo Baptista. Sem efeito.