Na conferência de imprensa após o jogo com o Atlético Mineiro, no qual o Palmeiras assegurou a passagem às meias-finais da Libertadores, Abel Ferreira acabou a aconselhar a leitura do livro «O Principezinho».

«Nas nossas vidas só temos de ter uma coisa na nossa cabeça. É isso que eu exijo! Há um livrozinho que é o 'Pequeno Príncipe', que já disse a eles todos [jogadores] que devíamos ler na nossa vida uma vez por ano. E diz: 'O que eu exijo é o melhor que cada um pode dar ou o melhor que cada um pode ser'. Só isso: e, se fizermos isso, no final só temos de aceitar seja qual for o resultado, seguir em frente e ficar em paz com a nossa cabeça. Porque sucesso não é só levantar taças. Sucesso, para mim, é eu chegar ao meu trabalho, ao meu treino e dar o melhor que posso. Se eu fizer isso, para mim é sucesso. Ficar em primeiro, em terceir, em quarto ou em último dá-me igual, porque eu sei que o meu sucesso é dar o melhor de mim na minha função. E é isso que eu peço a todos os funcionários, a todos os jogadores e até aos nossos adeptos», disse o treinador.

«O Principezinho» é uma obra literária de 1943 do escritor e aviador francês Antoine de Saint-Exupéry. Está indicada no Plano Nacional de Leitura para alunos entre os nove e os 11 anos.

Abel citou uma das mensagens fortes do conto no seguimento de uma resposta na qual esclarecia por que razão acabou por não ver o desempate por penáltis. «Perguntaram-me: 'Professor, você não viu os penáltis?' Não. Fui para baixo, estava a ouvir a minha música e a dizer: 'Deus, qualquer que seja o resultado, eu vou agradecer e seguir o meu caminho'.»

Porquê? «É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar.»

E, isso, Abel sentiu que foi cumprido.

O Palmeiras jogou em inferioridade numérica desde os 29 minutos (expulsão de Danilo por vermelho direto) e chegou mesmo a ter dois jogadores a menos, quando Gustavo Scarpa foi expulso por acumulação de amarelos ao minuto 82.