Marcos, antigo guarda-redes e grande referência do Palmeiras, considera que a equipa paulista sofreu uma «transformação muito grande» com a chegada de Abel Ferreira e foi isso que permitiu atingir agora a final da Taça Libertadores, marcada para este sábado frente ao Santos.

«A equipa estava estagnada na Libertadores e no início acreditava pouco no Palmeiras, que até tinha uma equipa estruturada para chegar longe. Mas com a chegada do Abel [Ferreira] a transformação foi muito grande», realçou o antigo internacional brasileiro.

Marcos falava durante uma conferência de imprensa de antevisão da final da Taça Libertadores, que opõe o Palmeiras ao Santos, na final agendada para sábado, às 17h00 locais (20h00 em Lisboa).

O evento promovido pelo banco Santander, que decorreu por videoconferência, contou ainda com o antigo internacional brasileiro Leo, ex-jogador do Santos e que representou o Benfica entre 2005 e 2009, e com Ronaldo «Fenómeno».

A lenda do Palmeiras vincou ainda que a equipa orientada pelo técnico português «sabe o que faz dentro do campo» e que após o sucesso de Jorge Jesus no Brasil ao serviço do Flamengo, e esta época com Abel Ferreira, os treinadores brasileiros estão a ser obrigados a evoluírem.

«Os [treinadores] que vêm de fora, vêm para fazer jogar e isso obriga o brasileiro a trabalhar mais e a tentar evoluir. Talvez a maior percentagem do Palmeiras estar na final seja do treinador», apontou.

Também o antigo lateral esquerdo Leo, que representou o Benfica, analisou os treinadores portugueses no Brasil e explicou que Jesualdo Ferreira, técnico que começou a época no Santos mas que saiu em agosto, não teve tempo para mostrar o seu valor.

«O mister Jesualdo é um grande treinador em Portugal. Montou a equipa do Santos, mas a pressão aqui é muito grande. Fez alguns jogos bons, mas a direção entendeu que não era para continuar», salientou.

O antigo internacional brasileiro abordou ainda a instabilidade diretiva no Santos e a capacidade do plantel agora às ordens de Cuca em unir-se e superar as dificuldades.

Também Ronaldo considerou que a chegada do Santos à final da Taça Libertadores, apesar dos problemas internos do clube, «eleva ainda mais o protagonismo dos jogadores perante uma situação delicada».

Já Marcos, de 47 anos, elogiou a capacidade de organização do Palmeiras apesar da pandemia, que permitiu «cumprir todas as obrigações e investir para lutar pela Libertadores e ainda pelo campeonato».

Nenhuma das figuras do futebol brasileiro, no entanto, arriscou a fazer um prognóstico para um possível vencedor da final marcada para o Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro.

«As duas equipas merecem estar na final, as duas merecem ganhar, mas o futebol não é só mérito», lembrou Marcos.

Já Ronaldo, mesmo sem estar «emocionalmente envolvido em nenhuma das equipas», manteve a opção em não arriscar um favorito.

Apesar de não ter nenhuma Libertadores no currículo, o antigo jogador de clubes como o Barcelona, Real Madrid, Inter de Milão ou Milan foi um dos mais solicitados para questões de jornalistas participantes na conferência.

Ronaldo, que também não conquistou nenhuma Liga dos Campeões, mas foi duas vezes campeão do mundo, confessou mesmo que trocava dois dedos pequenos para ter esses troféus.

«Participei nas duas provas, são as duas incríveis e faltou-me vencê-las. São as duas maiores competições em cada continente e não vejo nenhuma diferença em termos de importância», atirou.