A expressão não é de agora. Aconteceu, por exemplo, após as meias-finais da Taça de Portugal da época passada, num Sporting-FC Porto. Ou aqui, numa antevisão a um jogo dos leões, contra o Tondela. Esta madrugada, Jorge Jesus não escondeu o orgulho pelo comportamento da equipa do Flamengo após o apuramento para os quartos de final da Libertadores e voltou a fazer analogia com videojogos para enaltecer a competitividade dos seus jogadores.

«É impossível uma equipa jogar como o Flamengo fez, durante 45 minutos. A equipa do Emelec rematou à baliza do Flamengo, zero. Não fez um remate na nossa baliza, não teve um canto, 70 por cento de posse de bola contra 30. Como queres que uma equipa, seja no Brasil, na China, na Europa, tenha o mesmo comportamento que a equipa do Flamengo teve em 105 metros, constantemente a pressionar o portador da bola do Emelec, para recuperar a bola perto da baliza do adversário, que chegue a uma segunda parte e os jogadores tenham a mesma capacidade física para o fazer? Sabe onde isso acontece? Na PlayStation. Aqui não acontece», referiu Jesus, em conferência de imprensa.

«Quero agradecer aos jogadores do Flamengo a forma tática e disciplinada como conseguiram perceber tudo o que era para fazer e estamos felizes, porque merecemos o que fizemos», concluiu.

Libertadores: Flamengo de Jesus vence nos penáltis e está nos «quartos»

Após eliminar o Emelec no desempate por grandes penalidades, Jesus garante que o trabalho da marca dos 11 metros foi feito com o propósito de a equipa estar preparada para a eventualidade. E o técnico português voltou a utilizar uma expressão curiosa, para comparar as situações.

«Uma coisa é tu mudares o pneu do carro em andamento, foi isso que fiz quando cheguei aqui. Quando fui para a primeira decisão de penáltis [ndr: que ditou eliminação na Copa do Brasil], pouco sabia quem marcava. Não tive tempo para os trabalhar. Hoje [ndr: quarta-feira no Brasil] preparámos bem a equipa para grandes penalidades. Como disse, na primeira vez em que fomos eliminados por grandes penalidades, penalidades não é sorte, é trabalho. Trabalhámos em cima desta matéria, ainda no dia do jogo estivemos a trabalhar penalidades. Parabéns aos jogadores», sublinhou Jesus, que se sentou só no banco de suplentes após o apito final. E justificou-o.

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«A festa era para os jogadores e adeptos, o mais importante para mim foi os jogadores e os adeptos. Tudo o que prepararam antes do jogo, a nossa chegada, a nossa caminhada até chegar ao Maracanã. A festa tinha de ser dos jogadores e deles», respondeu.