A direção do Cova da Piedade vai exigir à SAD o pagamento total da dívida relativa à utilização do Estádio Municipal José Martins Vieira para utilização na Liga 3 de futebol, na época 2021/2022. A decisão foi unânime e surgiu da Assembleia Geral (AG), que terminou na madrugada desta quinta-feira.
O presidente do clube, Paulo Veiga, disse que «provavelmente» a SAD «terá mesmo de jogar na Cova da Piedade», tendo solicitado o apoio dos mais de 80 associados presentes na AG para exigir a cobrança total da dívida que, adiantou, ascende a mais de 120 mil euros, distribuídos pelas duas últimas épocas.
Veiga confirmou, na AG, que tem conhecimento da intenção da SAD de mudar-se para as instalações do Atlético da Malveira, no distrito de Lisboa, algo que, no entendimento do clube, não deve ser aprovado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
O dirigente do clube apresentou ainda um comunicado oficial da FPF, publicado na terça-feira no sítio do organismo, que confirma a inscrição na Liga 3 e na Liga Revelação, isto quando questionado pelas garantidas de que a SAD não falharia também a inscrição na Liga 3.
A SAD do Cova da Piedade tinha falhado, em maio e junho, os prazos de inscrição na II Liga e na Liga Revelação, respetivamente, o que levou as entidades organizadoras a rejeitar os processos de inscrição. Entretanto, o Conselho de Justiça da FPF revogou a decisão da Comissão de Licenciamento e aceitou a inscrição do clube na Liga Revelação, mas, sobre o processo relativo à inscrição da equipa sénior, apenas na terça-feira a SAD confirmou, em comunicado, que vai «recorrer aos meios legais» para obter o «reconhecimento da legalidade da sua inscrição».
A SAD acusou ainda Paulo Veiga de, «até ao último minuto e à semelhança do ano anterior», exigir «contrapartidas financeiras para si e para o clube», para que o estádio pudesse ser utilizado pela equipa na II Liga. Depois de apresentar os protocolos celebrados com a SAD para essas duas épocas, e de recordar os apenas cerca de 21 mil euros recebidos no último ano, refletidos no relatório de contas aprovado instantes antes, o presidente do clube negou todas as acusações.
Veiga mostrou a autorização de utilização do estádio por parte da SAD «sujeita a posterior celebração de protocolo» e disse que esse foi «o único documento que a SAD enviou para a Liga em tempo útil», confirmando que não foi entregue o protocolo de utilização do estádio que «comprometia a SAD a pagar o devido».
No final, a Assembleia Geral aprovou, também por unanimidade, uma nova reunião de associados que tenha como ponto único a reavaliação da relação com a SAD, assim que o clube tiver mais informações sobre as intenções da entidade que detém os direitos desportivos do futebol profissional, sub-19 e sub-23 do clube.