Esta época os números são uma evidência: quando Liedson marca, o Sporting vence. Mas os números são apenas uma pequena parte do que está em causa no futebol. E Liedson responde por muito mais do que estatísticas: a sua movimentação incansável na frente, a forma como pressiona o adversário, obrigando-o a cometer erros na zona defensiva, são o principal traço de identidade da equipa na era Paulo Bento.
Numa altura em que a renovação de contrato e o processo de naturalização estão na ordem do dia, o desempenho com a Naval sublinhou o seu estatuto de jogador mais decisivo da Liga. Nenhuma equipa tem uma dependência tão acentuada da sua principal figura. E o invulgar é que Liedson assume esse estatuto sem beliscar a condição de jogador utilitário, evitando ofuscar-se com o estrelato. Os golos ficam a seu crédito, claro, mas o trabalho tem sempre o colectivo como primeiro destinatário, como se viu no lance que inventou o 1-0 para Pereirinha.
Feliz o treinador que pode contar com um jogador assim. Feliz a equipa que, mesmo assinando uma exibição falhada a vários níveis, se livra de problemas por ter do seu lado um avançado que cumpre promessas. «Liedson resolve» não é um slogan optimista. É a constatação semanal de um facto.