De repente a luta pelo terceiro lugar centrou as atenções da liga. O Sporting venceu o Portimonense, o Sp. Braga empatou em casa com a U. Leiria, os dois rivais trocaram de posições e estalou o verniz: cada um interpretou as arbitragens como quis e tratou logo a seguir de colocar pressão nos homens do apito.
Para além destes episódios que acompanham o futebol sempre que a pressão aperta, sobraram mais algumas evidências. A primeira é que o Sporting está melhor. O regresso de Izmailov, aliado à subida de forma de Matias Fernández, trouxe mais criatividade ao ataque. O futebol ganhou outra organização.
No entanto o Sporting continua com velhos vícios: o mais visível é a tendência para complicar o fácil. Estava a vencer por 2-0, a jogar bem, quando sofreu um golo, ficou reduzido a nove jogadores e acabou em sofrimento, perante o último classificado. Valeu outra vez Rui patrício a evitar males maiores.
Em Braga, a equipa de Domingos abdicou de alguns titulares (Sílvio, Lima, Hugo Viana ou Alan), entrou forte apoiado por 20 mil espectadores, mas falhou na concretização. Acabou por lançar Hugo Viana e Alan na segunda parte, fartou-se de correr e fez um esforço que pode ter custos na quinta-feira.
O momento da jornada: cabeçada de Djalmir aos 93
Para além da perda de entusiasmo, sobrou portanto esse dano na capacidade física em relação a um Benfica que poupou os titulares. Os encarnados foram atingidos por um empate com sabor a derrota, é certo, mas fizeram-no com um onze de recurso e que poupou quase todos jogadores mais importantes.
A equipa até entrou bem e Jara marcou aos três minutos, mas a expulsão de Jardel precipitou o crescimento do Olhanense até ao empate no último instante do jogo. Um golo que destacou uma falha de marcação. Nesta altura, portanto, tudo acontece a esta equipa: o que lança mais emoção para quinta-feira.
Frase: «Quer ganhem, quer percam, falam do árbitro»
Ao contrário de Benfica e Sp. Braga, o F.C. Porto continua imparável. Mesmo sem Helton, Rolando, Fernando, Moutinho, Hulk e Falcao os campeões golearam no Bonfim e deram mais um sinal de força. Ao contrário do Benfica, outra vez, tudo corre bem a esta formação de André Villas-Boas.
James foi a figura do jogo, ele que esteve na origem de três golos, Walter voltou a aproveitar para marcar, Otamendi fez o sexto golo de azul e branco e os dragões golearam por um claro 4-0. Pelo meio aumentaram a vantagem sobre o segundo classificado para 21 pontos. O maior da história: sintomático.
Figura da jornada 28: Um falcão chamado James
Mais abaixo, na luta pela permanência, a 28ª jornada foi muita esclarecedora. U. Leiria e Olhanese garantiram a manutenção, V. Setúbal e Académica ficaram a um ponto de o fazer. Ora nesse sentido, as derrotas praticamente que condenaram Naval e Portimonense. Falta só mesmo o carimbo matemático.
A derrota mais amarga foi sem dúvida da Naval. A equipa de Mozer perdeu em casa com o Nacional, que à custa dos três pontos subiu agora ao quinto lugar (lugar europeu). Nessa luta mantêm-se de resto Rio Ave e Marítimo, enquanto o V. Guimarães já garantiu a qualificação via Taça de Portugal.
O P. Ferreira, recorde-se, não se inscreveu, ele que está também na luta pelo quinto lugar, depois da vitória sobre o V. Guimarães. O Rio Ave empatou em Aveiro e perdeu a hipótese de subir ao quinto lugar, o Marítimo venceu a Académica e ficou a quatro pontos do Nacional. A luta europeia está ao rubro.
FC Porto
2 mai 2011, 12:22
Liga: análise da jornada 28
O campeão está imparável e a luta pelo terceiro lugar aquece até ferver
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