(Artigo corrigido às 22h45)

FIGURA: Gaitán
Está a ver um carro de alta cilindrada? Agora tire-lhe as rodas. Não há cavalos que o façam andar, não é? É mais ou menos o que este Benfica é sem Gaitán. O argentino é o princípio, o meio e às vezes o fim do jogo ofensivo da equipa de Rui Vitória e nesta terça-feira não foi exceção. Aos 5’ minutos descobriu Jiménez em boa posição. Foi apenas o primeiro de vários passes de morte, como aquele que fez a Guedes aos 23’ e que o português desperdiçou porque escorregou no momento crucial. É ele quem bate o livre que origina o primeiro golo dos encarnados e quem bate o canto do segundo. Esteve perto do golo aos 72, na marcação de um livre, mas Muslera opôs-se com uma defesa monumental. Foi expulso a cinco minutos dos 90 depois de uma falta no meio campo do Galatasaray. Os génios também têm destas coisas…
 
MOMENTO: golo de Luisão, minuto 67
O Benfica tinha deixado fugir a vantagem pouco depois de Jonas ter inaugurado o marcador. Aos 67 minutos, Luisão voltou a fazer a diferença numa subida à área contrária. Com o pé direito, desfez o nulo e deu uma vitória que coloca o Benfica com um pé nos «oitavos» da Liga dos Campeões.
 
OUTROS DESTAQUES
 
Luisão: defensivamente não esteve ao nível do parceiro Jardel e até cometeu um ou outro erro. Mas foi letal nas subidas à área turca. Está diretamente ligado aos dois golos do Benfica. No primeiro estorvou a ação de um adversário e acabou por tocar, ainda que involuntariamente, para Jonas, que fuzilou as redes de Muslera. Aos 67’, novamente numa subida à área, voltou a desequilibrar. Ao contrário de tantas outras vezes, não fez a diferença com a cabeça, mas sim com o pé direito. O remate, quase sem balanço, entrou junto ao poste esquerdo da baliza turca. Está perdoado o homem dos golos decisivos?
 
Jonas: marcou pela primeira vez ao serviço do Benfica na Liga dos Campeões. Com André Almeida e Talisca muito recuados, coube-lhe muitas vezes o papel de ir buscar jogo atrás, sacrificando-se pela equipa. Não fez uma exibição de encher o olho, mas voltou a ser decisivo.
 
Guedes: na esquerda na direita e às vezes no meio, foi sempre um elemento incómodo para o setor mais recuado do Galatasaray. Está confiante e isso nota-se na forma como aposta cada vez mais no um para um. Falta-lhe definir melhor quando não deve fazê-lo para que a equipa não seja apanhada em contrapé nas perdas de bola.
 
Raúl Jiménez: exibição muito esforçada do mexicano nesta noite. Sempre muito móvel à procura de espaços, desequilibrou várias vezes a defesa turca com as suas movimentações. Esteve perto do golo em pelo menos três ocasiões. Muslera foi gigante, sim, mas precisa de trabalhar muito a finalização. Ainda assim, terá sido uma das melhores exibições de águia ao peito.
 
Muslera: se a equipa turca esteve na discussão até ao final, bem pode agradecê-lo ao guarda-redes uruguaio, autor de várias defesas sublimes. Negou três vezes o golo a Raúl Jiménez, uma delas, já na segunda parte, quando ainda estava a recompor-se de uma gigante intervenção a um livre de Gaitán.