FC PORTO, UM A UM:

José Sá – erro grave no primeiro golo do Liverpool. Primeiro é precipitado a repor a bola com a mão, depois faz-se a tremer ao remate de Mané. Sejamos justos: a resposta de Sá tem sido melhor do que a esperada. Mas a verdade é que o FC Porto tem no banco um guarda-redes muito superior em todos os aspetos do jogo. E num jogo com esta dimensão, e importância, essa diferença é ainda mais absurda. O salário de Iker Casillas é pesado, seja no banco ou na equipa inicial. É, muito provavelmente, o maior erro de gestão cometido esta época por Conceição.

Ricardo – muito mais tímido do que habitualmente, tolhido pela presença pesada de Mané. O FC Porto sentiu falta do lateral alegre e corajoso, decisivo no processo defensivo e na participação ofensiva. Ainda assim, por paradoxo, Ricardo foi o melhor dos quatro defesas. Ou, pelo menos, o que não errou tanto.

Diego Reyes – corte importante aos 21 minutos, num período em que o FC Porto ainda mandava no jogo e aparentava um equilíbrio de forças que se esbateu pouco depois. Acabou por cair com a equipa na desorientação provocada pelo golos do Liverpool, entre os minutos 25 e 29.

Marcano – regresso promissor na fase inicial, essencialmente por um extraordinário corte aos 22 minutos sobre Roberto Firmino. Depois tentou manter a serenidade, mesmo nos momentos em que o Liverpool montava o cerco e apertava. Não foi fácil, muito menos bonito.

Alex Telles – nem os cruzamentos lhe saíram bem nesta noite negra. Enfrentou o mais perigoso oponente da época [Salah] e não reagiu bem. Pela época que tem feito, Alex merecia outro cenário.

Sérgio Oliveira – bom início, rendimento elevado nos 20 minutos iniciais, a remeter para as exibições anteriores. Com os dois golos do Livepool, Sérgio passou a errar passes simples e abordagens óbvias. Nem no remate acertou: à entrada da área atirou para as nuvens, já no segundo tempo.

Herrera – é dele a má entrega para Corona, antes do quarto golo. Mas nessa altura já os dragões estavam emocionalmente desfeitos. Curiosamente, nem na melhor fase do FC Porto – primeiros 15 minutos – esteve particularmente inspirado.

Marega – a receita do costume, com consequências bem diferentes. Correu, acelerou, pôs os olhos no chão e acelerou. Sem fazer a diferença. Nunca definiu bem. Bom passe para Ricardo, logo a abrir, e muita entrega.  

Otávio – surpresa maior de Conceição, tão perto do golo aos 11 minutos. Remate no coração da área, bola a desviar em Lovren e a sair perto da barra. Sacrificado ao intervalo, para o FC Porto mudar de um 4x2x3x1 para um 4x2x4.

Brahimi – os 15 minutos iniciais prometeram o melhor Brahimi, os 50 seguintes ofereceram ao jogo a pior versão do argelino. Substituído sem surpresa, numa fase em que queria resolver tudo sozinho e perdia a bola em zonas proibidas.

Soares – jogo ingrato, com pouca bola, pouca influência. Só aos 71 minutos esteve perto de incomodar Kariu. Perto. Não chegou a fazê-lo.

Corona – 45 minutos de combate interessante com Robertson. Teve a capacidade de deixar um par de vezes o lateral para trás, errando logo a seguir o passe.

Majeed Waris – entrou para a esquerda do ataque, mas não decidiu bem nas poucas ações em que foi protagonista. 28 minutos pobres.

Gonçalo Paciência – estreia absoluta na Liga dos Campeões. O avançado chegou de Setúbal carregado de moral e merece mais minutos do que os que tem tido.