O que faltou no Atlético-FC Porto durante muito tempo, sobretudo na primeira parte do jogo na capital espanhola, teve de sobra já para lá dos 90 minutos: três golos, um de penálti, e o último na derradeira jogada, com Griezmann, já para lá dos nove minutos extra dados pelo árbitro, a dar a vitória por 2-1 aos colchoneros.

Resultado inglório para a equipa de Sérgio Conceição, que merecia claramente outro destino face ao que fez sobretudo até ao minuto 82, quando Mehdi Taremi foi expulso por acumulação de amarelos após o árbitro considerar que o avançado dos azuis e brancos tentou forçar um penálti.

Bem equilibrado tática e emocionalmente, o FC Porto teve um controlo quase absoluto sobre os colchoneros, que na primeira parte pouco mais conseguiram do que um remate de Koke aos 37 minutos.

Do Atlético via-se pouco de Félix e de Morata. Também pouco de um meio-campo que ia sentindo muitas dificuldades em fazer chegar a bola ao ataque. Os comandados de ‘El Cholo’ Simeone foram aquilo que têm sido muitas vezes: uma equipa amarrada, sem rasgo e sem brilho.

E na capacidade de combate que tanto os define encontraram pela frente uma outra equipa que também faz dessa característica uma das suas grandes virtudes.

Ao intervalo, os números (5-6 em remates e 54 por cento de posse de bola) sustentavam uma ligeira superioridade do FC Porto, que somava duas boas ocasiões. Uma delas por Evanilson, outra, a fechar a primeira parte, num desequilíbrio de Taremi, que cruzou para um sítio onde o parceiro já tinha passado.

O Atlético iniciou a segunda parte com duas alterações. Lemar e Rodrigo de Paul entraram para os lugares de Carrasco e Marcos Llorente. Koke ainda introduziu a bola na baliza de Diogo Costa, mas um fora de jogo anterior invalidou o golo.

A partir daí, o FC Porto não só retomou o ascendente do jogo que tivera na primeira parte como o acentuou, partindo para o seu melhor período. O estreante Eustáquio começou a aparecer mais e ameaçou o 0-1 duas vezes, a inteligência de Taremi desequilibrou e João Mário também esteve perto do golo.

Na baliza do Atlético brilhava Jan Oblak. O ex-Benfica esteve em dúvida para o jogo e saiu dele como o melhor da noite, com uma mão-cheia (mais coisa, menos coisa) de grandes paradas.

Aos 77 minutos, Otávio lesionou-se após um choque com o recém-entrado Hermoso – Félix, discreto, já não estava em campo – e deixou o relvado com um colar cervical.

Apesar da baixa de peso, o FC Porto parecia manter a sobriedade, mas a expulsão de Taremi levou finalmente o Atlético a assumir o comando das operações, ainda quem sem grande capacidade imaginativa.

No primeiro minuto do tempo de compensação, Hermoso fez o 1-0, num remate que ressaltou em João Mário e passou por cima de Diogo Costa, mas pouco depois aquele que parecia ser o herói da noite para os colchoneros virou vilão, ao fazer um penálti desnecessário.

Pela primeira vez na noite, a sorte parecia proteger o FC Porto e Uribe agarrou-a para fazer o empate.

Mas ainda havia mais e Griezmann, o tal que só entra para lá dos 60 minutos para o Atlético não pagar muitos milhões ao Barcelona, passou uma fatura pesadíssima para o FC Porto.

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