Guilherme secou a veia goleadora de João Félix, com duas defesas enormes a remates do português, e o Lokomotiv Moscovo garantiu o segundo ponto nesta Liga dos Campeões, num jogo em que o Atlético de Diego Simeone submeteu a equipa russa a uma pressão asfixiante, principalmente no segundo tempo. Oblak terminou o jogo sem fazer uma única defesa, enquanto do lado contrário Guilherme brilhou de forma intensa.

O Atlético chegou a este jogo no melhor momento da época, com três vitórias consecutivas, com quatro golos de João Félix nos últimos dois jogos. Do outro lado estava um Lokomotiv que não conseguiu vencer os últimos quatro jogos, mas que, há uma semana, tinha colocado o campeão Bayern Munique em sentido. Ingredientes para um bom jogo, como foi possível constatar logo nos primeiros minutos de jogo, com as duas a equipas a pressionar alto e a procurar condicionar a saída do adversário.

Com João Félix a recuar para a linha de Correa e Saúl, o Atlético conseguiu impor-se no meio-campo, mas o Lokomotiv, apesar de recuado, desdobrava-se com facilidade para a área de Oblak, como ex-FC Porto Zé Luís na frente de ataque [Éder começou no banco]. Foi por isso, um jogo intenso, com forte pressão sobre a bola, mas com sinal mais para os colchoneros que conseguiam jogar mais tempo e mais perto da área de Guilherme. De tal forma, que o primeiro golo chegou aos 18 minutos. Cruzamento tenso de Herrera da esquerda para a entrada fulgurante de Giménez junto ao primeiro poste para um desvio de cabeça do central para as redes do Lokomotiv.

Uma vantagem que durou apenas sete minutos. Num lance de ataque do Lokomotiv, Herrera tentou controlar uma bola com o peito à entrada da área, mas a bola ressaltou-lhe para o ombro. Alertado pelo VAR, o árbitro foi rever as imagens e apontou mesmo para a marca dos onze metros, de onde Miranchuk restabeleceu o empate. O internacional russo, que já tinha marcado ao Bayern, marcou, assim, pelo terceiro jogo consecutivo.

O Atlético aumentou desde logo a pressão, subindo mais uns metros e jogando agora mesmo à entrada da área de Guilherme, diante de um Lokomotiv cada vez mais encolhido. Um passo vertical de Herrera e um desvio de calcanhar de João Félix abriu caminho para Correa encher o pé, com a bola a ir com estrondo à trave. Ainda antes do intervalo, Suárez, que não marca na Champions desde 2015, tentou um remate acrobático, a cruzamento de Saul, mas ao lado.

Duelo entre Félix e Guilherme

A segunda parte começou da mesma forma, com o Atlético Madrid a reconstruir o cerco à área do Lokomotiv e a obrigar o adversário a recuar em toda a linha na defesa do empate. Uma pressão que chegou a ser asfixiante, com os russos sem conseguir sair a jogar. João Félix, que tinha estado apagado na primeira parte, demasiado recuado, apareceu finalmente em jogo e o Lokomotiv tremeu.

O internacional português começou por mostrar-se com um cruzamento bem puxado para o segundo poste, para cabeçada de Suárez. Logo a seguir tentou surpreender, com um remate em arco, a levar a bola ao ângulo, mas Guilherme respondeu com a defesa da tarde, um voo espetacular a negar o quinto golo ao português em três jogos.

O jogo tornou-se efetivamente de sentido único, com o Atlético a conquistar o meio-campo e abriu espaço para mais um duelo entre Félix e Guilherme, desta vez com um remate de cabeça do português e mais uma grande defesa do brasileiro junto à barra. Logo a seguir Suárez tentou quebrar o enguiço que o persegue desde 2015 e atirou mesmo para as redes do Lokomotiv, mas estava adiantado e não valeu. Diego Simeone foi resfrecando a equipa com as sucessivas entradas de Koke, Vitolo e Lemar, os colchoneros acentuaram a pressão, mas o Lokomotiv resistiu até final e garantiu mesmo o segundo ponto nesta Liga dos Campeões.