Bruno Lage, treinador do Benfica, em conferência de imprensa, depois da derrota diante do Lyon (1-3), em jogo da quarta jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões:

[Um golo cedo e a lesão de Ferro condicionaram o jogo?]

- Não foi uma boa entrada da nossa parte, antes pelo contrário e coincide com esses dois momentos, com o golo e com a saída do Ferro. Isso condicionou-nos imenso uma primeira parte que não é boa. Depois foi a tentativa, com a entrada de Seferovic, de tentar uma exibição e um resultado diferente. Foi isso que na minha opinião aconteceu. Procurámos depois do 2-0 ir ao encontro do que o jogo pedia, do nosso jogo, chegámos aos 2-1 e, quando estamos num momento a tentar forçar situações de finalização, para fazer no mínimo o empate, acontece uma transição e o resultado ficou fechado em 3-1.

[Diagnóstico do Ferro?]

- O estado de saúde do Ferro neste momento está estável. Depois do lance teve um pequeno desmaio e isso condicionou-me logo para ter de o substituir. Ainda não percebemos se tem ou não uma pequena fratura no nariz, mas é uma situação que está a ser avaliada pelo departamento médico.

[Já está de calculadora na mão?]

- O que posso dizer, com quatro jogos e três pontos, é que quando voltarmos a esta competição, temos de olhar para aquilo que é o jogo e vencer. É uma saída, ao Leipzig, temos de conquistar os três pontos. É para isso que temos de olhar. Depois de ter os três pontos, olhar para ver como fica a classificação para a última jornada.

[O Benfica tinha subido de rendimento nos últimos jogos da Liga, mas esta noite voltou a passar por dificuldades. É um Benfica para consumo interno?]

- Não vejo dessa forma, temos é de continuar a trabalhar. Há momentos, principalmente hoje, em que não fomos felizes na primeira parte. Olhando para o equilíbrio do grupo, faltam-nos três pontos que eventualmente deveríamos ter conquistado na primeira jornada. Neste momento teríamos seis pontos, mas não é isso que acontece. Os pontos conquistam-se em campo e, com quatro jornadas, temos três. Hoje, a nossa derrota deve-se a uma má entrada que permitiu um golo ao adversário. A substituição do Ferro e, depois, fomos tentando, aproximarmo-nos daquilo que é o nosso jogo. Na segunda parte já estivemos mais próximos da nossa forma de jogar.

[Tem-se queixado de lesões que condicionam a formação do onze, mas deixou André Almeida e Pizzi no banco]

- Não me tenho queixado de nada, tenho verificado apenas que desde a primeira jornada não temos tido a oportunidade de jogarmos todos juntos. São decisões que temos de tomar. Senti no último jogo, depois do André ter recuperado de uma lesão e fazer três jogos consecutivos, que estava com dificuldades em travar jogadores rápidos. Foi o caso do Nuno Santos, o ala do Rio Ave. Tentei dar frescura ao corredor, para tentarmos pressionar forte com o Tomás e o Gedson. Sem o Rafa, tínhamos de procurar alguém que tivesse isso, velocidade e profundidade. Com o Pizzi, achei que o jogo podia ficar curto para nós.

[Em que ponto está a dimensão da construção europeia deste Benfica?]

- A dimensão constrói-se com muito trabalho, dando oportunidade para a equipa ir crescendo. Ao longo de um percurso ideal, temos de perceber até onde a equipa pode crescer, com aquilo que temos em casa e olhando para o mercado. Temos de ser objetivos e analisar. Tendo condições internas para reforçar a equipa e em função das oportunidades de mercado.