Um milagre na Terra Santa!

Que noite, em Israel! Um grande golo de João Mário no segundo de três minutos de compensação garantiu ao Benfica o primeiro lugar do grupo H.

Ao sexto golo! O 6-1 apontado pelo internacional português, as águias passaram o Paris Saint-Germain, que à mesma hora vencia a Juventus em Itália por 2-1. Apenas no sétimo critério de desempate! A alínea g) do regulamento da Liga dos Campeões. A alínea que diz que passa a equipa com mais golos marcados fora.

E assim, no mesmo dia, além de se apurar em primeiro num grupo bastante forte, a equipa de Roger Schmidt conquistou a primeira vitória em Israel e ainda cehgou aos 14 pontos na fase de grupos. Um novo recorde do Benfica, ultrapassando os 12 que a equipa de Jesus alcançou em 2011-2012.

Numa noite louca, não sabemos se já se escreveu antes.

As águias estiveram longe do que melhor já se lhe viu esta época e até ao último quarto de hora, não parecia possível que fosse pela diferença de golos que o Benfica fosse chegar ao primeiro lugar que desejava.

A primeira parte foi mesmo algo desinspirada. A vantagem dada pelo golo de Gonçalo Ramos aos 20m – já depois de ter acertado no ferro – foi anulada por Chery de penálti aos 26m.

E pouco depois, aos 32m, Schmidt tirou de campo Ramos e Aursnes, aparentemente por problemas físicos. E a águia ressentiu-se.

À hora de jogo, Musa, que entrara para o lugar de Ramos deu nova vantagem ao Benfica e Grimaldo fez o terceiro aos 69m, ao bater de forma perfeita um livre direto.

E começou aí a loucura. Pouco antes do 3-1 apontado por Grimaldo, de Turim chegou a notícia do golo de Nuno Mendes que devolvia o PSG ao topo do grupo.

E isso fez a águia acordar e perceber que precisava de acelerar para depender apenas de si para chegar novamente ao topo.

Quatro minutos depois do golo de Grimaldo, Neres fez uma grande jogada – talvez a única que se lhe viu na partida – e serviu Rafa que picou a bola sobre Cohen, fazendo o 4-1.

Faltavam então dois golos para o Benfica igualar o PSG na diferença de golos. Porque aí, entrava o tal sétimo critério. O tal dos golos marcados fora de casa.

Henrique Araújo tratou de acender a esperança aos 88m após passe delicioso de Bah e quatro minutos depois, surgiu o tal golo de João Mário.

O médio encheu-se de fé. Colocou toda a esperança benfiquista naquele pé direito e apontou ao topo com um golaço que soltou a festa.

Após uma fase de grupos sublime, o Benfica empurra o PSG para o caminho dos «tubarões» e vai como cabeça de série para os oitavos de final.

No início destas linhas, escreveu-se milagre. Mas apenas pela forma dramática como o desejado primeiro lugar foi conquistado.

Porque o que há neste Benfica é mérito. Muito mérito.

(IMAGENS ELEVEN SPORTS)