Quem tem Haaland arrisca-se a marcar mais do que um golo. O avançado norueguês, que já tinha marcado oito golos na fase de grupos, pelo Salzburgo, estreou-se agora na fase a eliminar, com a camisola do Borussia Dortmund, com mais dois golos que lhe permitem alcançar Lewandowski no topo da lista dos melhores marcadores. A equipa alemã acabou por bater os milionários franceses numa segunda parte frenética, com três golos em apenas nove minutos, mas vai ser tudo decidido, a 11 de março, no Parque dos Príncipes.

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Ambiente arrepiante nas bancadas do Signal-Iduna Park e uma constelação de estrelas no relvado, com dois onzes de luxo, avaliados, em conjunto, em mais de mil milhões de euros, arrumados num sistema tático muito idêntico, uma vez que Thomas Tuchel deixou Icardi no banco para montar uma defesa a três, juntando Marquinhos ao eixo defensivo, tal como o Dortmund. As duas formações tinham depois uma linha de quatro, com os laterais adiantados a juntarem-se aos médios e, lá à frente, em ambos os lados, um tridente bem maleável, com Sancho e Thorgan Hazard no apoio ao goleador Haaland, do lado do Dortmund, e Di María e Neymar no apoio a Mbappé, do lado dos parisienses.

Sistemas idênticos, mas comportamentos diferentes em campo. O Dortmund defendia de forma mais compacta, com toda a equipa a encolher-se num segundo muro amarelo, para depois abrir, com transições rápidas, procurando explorar o adiantamento do adversário para chegar à frente com muitos jogadores. O PSG, por seu lado, procurava pressionar mais à frente e deixava sempre Neymar e Di Maria mais soltos, para uma resposta rápida quando a equipa recuperasse a bola.

Um tremendo braço de ferro com ligeira vantagem para os alemães na primeira parte. Os franceses tiveram mais posse de bola, é verdade, mas raramente conseguiram furar o muro amarelo e chegar com perigo à área de Burki. Até ao intervalo, apenas um remate e de bola parada: livre de Neymar a levar a bola a rasar o poste. O Dortmund, por seu lado, teve mais oportunidades claras, sempre em transições rápidas, com destaque para um remate colocado de Sancho para uma defesa espetacular de Navas e para um remate fortíssimo de Haaland às malhas laterais.

Três golos em nove minutos

A segunda parte manteve-se o equilíbrio de forças, agora com um PSG mais recuado. Um recuo em forma de armadilha, uma vez que a equipa de Tuchel, quando sentiu o adversário mais macio, voltou a subir linhas, com o tridente da frente a provocar estragos em poucos minutos. Em três investidas sucessivas, os franceses estiveram muito perto de abrir o marcador, com desataque para duas investidas de Mbappé e para uma recarga de Neymar.

Foi precisamente no melhor período do PSG que o Dortmund chegou ao golo aos 70 minutos. Favre tinha acabado de rejuvenescer o já jovem ataque, juntando Giovanni Reyna, filho de Claudio Reyna, com apenas 17 anos, a Haaland (19 anos) e Sancho (19 anos).  Hakimi cruzou da direita, Raphael Guereiro amorteceu na área e a bola sobra para o norueguês que, naquela zona, já se sabe, não perdoa.

Bola ao centro e, cinco minutos volvidos, empate do PSG. Arrancada de Mbappé a furar o muro amarelo, saltando entre dois adversários para ganhar espaço e cruzar para a finalização fácil de Neymar. Bola ao centro, dois minutos, e novo golo de Haaland, desta vez a levantar as bancadas. Mais uma transição rápida com o jovem Reyna a cruzar para o norueguês bisar com uma bomba. Um lance curioso, uma vez que os pais dos dois jogadores jogaram juntos em Inglaterra. E um golo significativo, uma vez que, com este segundo golo, Haaland alcança Lewandowski na lista dos melhores marcadores.

O jogo seguiu frenético, Neymar ainda atirou ao poste e, no derradeiro suspiro Thiago Silva também esteve perto de marcar, mas a verdade é que fica tudo adiado para o jogo do Parque dos Príncipes onde o Dortmund vai chegar com uma curta vantagem.