A figura: Ederson

Na primeira parte não fez nenhuma defesa de relevo, e até teve uma saída precipitada da área, num lance em que comete falta sobre Dembelé (não assinalada), mas a exibição da segunda parte é simplesmente assombrosa. De tal forma que o penálti defendido a Aubameyang parece quase um pormenor. Começou com uma mancha a Dembelé (52m), seguiu-se uma defesa a remate de Reus (56m), um voo a desviar o tiro de Piszczek (57m), o penálti de Aubameyang (58m) e fechou em grande, com uma notável defesa a um remate de Pulisic que desviou em Jiménez. A Luz abriu a boca de espanto e até Júlio César se levantou para o aplauso. Se Claudio Taffarel era esperado na Luz para observar o guarda-redes titular do Benfica, então é caso para dizer: “Vai que é tua, Ederson!”

Positivo: Luisão

Rui Vitória tinha dito que a cereja no topo do bolo seria o capitão marcar no 500º jogo pelo Benfica. Pois bem, Luisão não marcou mas deu a cereja a Mitroglou. Foi da cabeça do central que saiu o desvio que o grego entabilizou, garantindo a vantagem benfiquista na eliminatória. Mas a importância de Luisão mede-se também na segurança que transmitiu à equipa (tal como Lindelof, mas já lá vamos…), apesar da intensa pressão alemã. Teve um pequeno deslize, ao cortar uma bola contra Nélson Semedo, mas mais tarde redimiu-se com um grande corte de carrinho a Schurrle, no limite da área.

Negativo: Aubameyang

Noite para esquecer do avançado gabonês, grande figura do Borussia Dortmund. Desperdiçou duas ocasiões só com Ederson pela frente (11 e 54m) e ainda falhou uma grande penalidade. Tentou surpreender com um remate para o centro mas o guarda-redes do Benfica…não se mexeu. Quatro minutos depois mexeu-se Aubameyang…para o banco.

Outros destaques:

Raphael Guerreiro

Benfiquista assumido, o internacional português aproveitou a visita à Luz para mostrar toda a sua qualidade. De longe o melhor em campo do Borussia Dortmund, e a demonstrar porque Thomas Tuchel não tem prescindido dele a meio-campo. Quase todos os desequilíbrios da equipa alemã foram gerados pela movimentação inteligente do campeão europeu. Aos 39 minutos ficou perto de oferecer o golo a Aubameyang, depois de ter tocado na linha de fundo uma bola que Fejsa protegeu passivamente.

Lindelof

Duas intervenções muito importantes na primeira parte, ambas a travar remates de Dembelé (5 e 24m). Na segunda os jogadores do Dortmund já estavam de braços no ar, a cantar o golo, mas o sueco evitou esse dissabor para o Benfica.

Mitroglou

Exibição esforçada, perante o sacrifício a que o Dortmund submeteu o Benfica. O grego trabalhou muito a meio-campo, para tentar segurar a bola e permitir a subida da equipa, e premiou esse esforço (individual e coletivo) com o golo apontado ao minuto 49.

Salvio

A transição rápida teria de ser um dos trunfos do Benfica, neste jogo, e o argentino foi o elemento que melhor explorou essa alternativa. Muito ativo na fase inicial da primeira parte (e da segunda, diga-se), teve logo uma soberana ocasião para marcar, mas após sentar Sokratis atirou para a bancada. Na segunda parte esteve mais apagado, mas nunca deixou de ser um excelente auxílio para Nélson Semedo.