Qualquer derrota na Rússia por mais de um golo seria difícil de digerir para o Sporting: mas esta derrota, da forma que aconteceu, é seguramente bem mais amarga.
 
A formação de Jorge Jesus teve o apuramento na mão, parecia uma questão de tempo até colocar o carimbo na folha, e no entanto não o segurou: sofreu três golos em 45 minutos numa sequência de erros defensivos que geralmente custam muito caro.
 
Na base da eliminação, que não fiquem dúvidas, esteve sempre o mesmo erro: a má colocação da linha de fora de jogo.
 
Já em Alvalade, recorde-se, o CSKA tinha feito um golo e lançado mais um par de lances de perigo através da profundidade nas costas da defesa do Sporting: havia sempre alguém, geralmente Naldo, a colocar os adversários em jogo e com muito espaço para correr.


 
Em Moscovo o erro repetiu-se e, curiosamente, voltou a ser Naldo a falhar: o brasileiro colocou duas vezes Musa em jogo, na primeira vez o avançado assistiu Doumbia para o segundo golo e na segunda vez marcou ele próprio o terceiro.
 
É claro que nesta altura não faltarão queixas à arbitragem. Afinal de contas Doumbia marcou depois de tocar a bola com o cotovelo e ainda houve um golo anulado aos leões.
 
Tudo isso é expectável e normal, mas não deixa de ser também verdade que Doumbia tinha o braço encostado ao corpo e que não há provas de que a bola não tenha saído do terreno do jogo na sequência do canto de Carrillo que Slimani finalizou em golo anulado.

Confira a ficha de jogo
 
Portanto, e mais importante do que discutir as decisões do árbitro nesta crónica, é realçar os erros leoninos, que deitaram tudo a perder em três quartos de hora terríveis.
 
Três quartos de hora, de resto, que não se faziam adivinhar. No primeiro tempo o Sporting tinha sido melhor e tinha marcado um golo com todo o mérito.
 
Jorge Jesus deixou Slimani no banco para colocar Adrien e Aquilani no meio-campo, com João Mário no ataque, no apoio ao ponta de lança Téo Gutierrez. A verdade é que tática deixou boas impressões na primeira parte: o Sporting teve muito bola e controlou o jogo.


 
Marcou aos 36 minutos por Téo Gutierrez, na sequência de uma excelente assistência de João Pereira, e saiu para o intervalo a pensar em 14 milhões de euros.
 
No segundo tempo tudo mudou, porém. O CSKA Moscovo surgiu muito pressionante, a não deixar o Sporting jogar, e a dominar a posse de bola. Fez três golos sem que o Sporting tenha conseguido reagir, para além do tal golo anulado na sequência de uma bola parada.
 
Da primeira para a segunda parte tudo mudou, e essa mudança lançou o CSKA para o apuramento. O mau posicionamento da última linha fez o resto. O Sporting caiu da Liga dos Campeões e deixou cair 14 milhões de euros fundamentais no orçamento da equipa. Segue para a Liga Europa, onde o esperam dois milhões de euros.