Ronald Koeman, treinador do Barcelona, analisa a derrota com o Benfica, na Luz, em jogo da segunda jornada da Liga dos Campeões (3-0):

[sobre a saída de Piqué, ao minuto 33, e as consequências do recuo de Frenkie de Jong para central] «Primeiro pensei em tirar o Piqué por ter um cartão amarelo, quase o segundo, e ao minuto 20 é arriscado. Pressionámos muito, havia muito espaço, o Benfica tinha jogadores rápidos na frente. Primeiro era preciso mudar, e depois era preciso pensar em quem colocar. Do minuto 30 ao minuto 60 vimos uma equipa que controlou o jogo, criou oportunidades. É verdade que o Frenkie estava ligado a esse período, mas também falhou na frente, não conseguiu empatar o jogo. Foi uma troca de posição importante, mas se não marcamos já sei como é, e então não tenho razão.»

[sobre o seu futuro] «Não posso dizer nada. Não sei como pensa o clube nesse sentido. Não quero responder mais sobre isso, pois não está nas minhas mãos. Veremos…»

[a preparação do treinador não falhou também?] «No final o culpado é o treinador, mas creio que, durante muitas fases do jogo, a preparação foi boa, pois fomos superiores ao Benfica. A partir do 2-0 tivemos mais problemas, mas tivemos oportunidades para marcar. Não fomos inferiores, só na eficácia.»

[sobre o momento da equipa] «Estamos num momento em que mudámos mutas coisas, falta muita gente. Não preciso repetir isso.»

«Para qualquer treinador é sempre complicado estar no Barcelona. É uma situação delicada. Entendo perfeitamente. É tentar mudar as coisas, dar tempo à equipa. A vertente física, a questão da velocidade… somos inferiores. Temos de ganhar com os jogadores que temos. Temos de jogar com os jogadores que tempos. E isso fizemos. Se não marcas, não ganhas. Se ganhas há tranquilidade, se perdes, então o futuro do treinador está em causa. É o mundo em que vivemos, e há que aceitá-lo, se não mais vale ficares de fora.»

[até onde pode chegar o Benfica nesta Liga dos Campeões?] «O Benfica mostrou, no seu campeonato, que é uma equipa forte. Vimos hoje a sua qualidade, o seu sistema de três centrais. Causaram-nos danos em alguns momentos. Nós também fizemos danos ao Benfica, a meter passes por dentro, criámos oportunidades, mas no final o resultado não reflete aquilo que vi no terreno de jogo.»

«Optámos por um jogo diferente. No Barça é preciso jogar bem, ao ataque, e ganhar. Esse é o caminho mais complicado para todas as equipas, pois há outras equipas que jogam com três centrais e não há problema. Podem esperar na defesa e apostar no contra-ataque. Nós somos diferentes, mas perdemos jogadores que marcaram uma diferença nos últimos anos. Não temos um extremo direito, tirando o Demir, que é uma promessa. Não temos o Dembelé, por exemplo. Apesar das dificuldades, tentámos fazer o nosso jogo. Mas no futebol sempre foi assim: se não marcas, tens problemas.»

[o Barcelona ainda pode chegar aos oitavos de final?] «Sim. Se ganharmos os dois jogos ao Dinamo, e se o Bayern mostrar o mesmo com o Benfica, podemos fazer seis pontos e o Benfica quatro, antes de os recebermos em casa.»

[o que se está a passar explica-se com a saída de Messi?] «Claro. Já disse varias vezes que a equipa está a mudar. Perdemos jogadores que sempre marcaram a diferença. Estou cansado de repetir sempre o mesmo. Esta é a realidade. Há que aceitá-lo, mas também exigir mais aos jogadores. O primeiro golo não pode ser tão fácil, tal como o segundo. Também temos de exigir marcar, se criamos quatro ou cinco oportunidades. »