A FIGURA: Rúben Neves
Define bem, lê o jogo como se fosse um veterano destas guerras, sabe perfeitamente o que cada momento do jogo exige. Agressivo sem ser descontrolado – e que evolução neste item! -, confiante sem ser subversivo, ambicioso sem revelar ponta de insolência. É deliciosa a forma como recebe no peito e entra na área do Chelsea, aos 55 minutos, antes de rematar. Portugal, e o FC Porto, têm um médio de excelência para muitas e boas temporadas. Rúben tem uma característica rara: a facilidade com que sabe sair da pressão, mesmo de costas para o adversário. Saiu esgotado – e aparentemente lesionado – aos 78 minutos.

O MOMENTO: a cabeça de Maicon, 52 minutos
Canto de Rúben Neves na esquerda, movimentação preciosa do defesa central, a fugir da zona de Begovic e a antecipar-se a Ramires. Cabeça e golo. Jogo sentenciado a 38 minutos do fim.

MENÇÃO HONROSA: André André
É só dar à corda antes do apito inicial e o médio correr 90 minutos. E mais corria, se fosse preciso. Encostado à direita, longe dos terrenos que mais gosta de pisar, remoeu o juízo de Azpilicueta, ganhou faltas, tabelou com Maxi e soube aparecer em zonas de tiro. Num desses movimentos interiores, aproveitou a sobra e atirou para inaugurar o marcador. Segundo golo de André André com o dragão ao peito, depois de ter decidido o Clássico. É só saúde.  

O PIOR: Ivanovic
Brahimi passou sempre por ele. Não estamos a exagerar. Não nos recordamos de uma única ação positiva de Ivanovic sobre o argelino. Duríssimo de rins, de coluna e de pernas. Pouco influente no ataque e nas bolas paradas. Noite horrível.  

Veja como seguimos o FC Porto-Chelsea AO MINUTO

OUTROS DESTAQUES

Iker Casillas

Na noite em que se tornou recordista de jogos na Liga dos Campeões, Iker foi fantástico em duas defesas logo nos primeiros 15 minutos. Só não tem nota mais elevada porque ficou mal no golo de Willian. É verdade que não vê a bola partir, mas é batido no seu lado da baliza. Um lapso importante numa exibição com muitas ações boas.

Maxi Pereira
Minuto 65: Maxi dá um pique de 50 metros e pressiona Cahill sobre a linha de fundo do Chelsea. Ganha canto e o estádio aplaude. É esta mentalidade competitiva que o torna especial. Na primeira parte assustou Begovic em dois remates e levou as bancadas ao rubro. Já conquistou os corações portistas.  

Imbula e Aboubakar
Imensos no segundo tempo, principalmente aí. Seguraram a bola, cavalgaram, remataram, deixaram as bancadas em êxtase. Foi a melhor exibição do francês desde que chegou ao FC Porto. Aboubakar acabou a jogar na esquerda e merecia mais um golo.

Willian
Transformação fantástica do livre direto em golo, mesmo antes do intervalo. Foi um dos mais inconformados do Chelsea e um dos menos vulgares. Na segunda parte teve dois lances perigosos na esquerda, mas os cruzamentos nunca encontraram ninguém na área.

Diego Costa
Trata a bola com uma classe invulgar. A classe que lhe falta no comportamento e na relação com o jogo. Enviou uma bola ao ferro, num remate extraordinário, e espalhou o pânico pela defesa do FC Porto nos momentos finais. É o que se sabe: um excelente jogador com um feitio terrível.

Brahimi
Criou o primeiro golo, ao passar pela enésima vez por Ivanovic, e conquistou com classe o canto que originou o segundo. Teve uma noite ótima, chegou a humilhar o defesa sérvio. Nem sempre decidiu bem no último passe, mas teve pormenores fantásticos. Quando as coisas lhe saem bem é um executante de eleição.

Bruno Martins Indi
Adaptado a lateral esquerdo e amarelado logo na fase inicial do jogo, o internacional holandês sobreviveu e sai com nota positiva.

Asmir Begovic
Um dos maiores responsáveis por o FC Porto não ter vencido por uma diferença grande.