*Com Nuno Madureira

Ingredientes para uma remontada? É só juntar Ronaldo...

O português voltou a levar o Real Madrid às costas deixando-o, agora, nas meias finais da Liga dos Campeões pelo sexto ano consecutivo, algo que só o Barcelona tinha conseguido até agora. A remontada provou-se possível e, 30 anos depois, o Real voltou a recuperar de uma desvantagem de dois golos numa eliminatória europeia.

Na prática até precisou de pouco mais de um quarto de hora para anular a desvantagem, já que Ronaldo, em dois atos separados por outros tantos minutos, colocou a equipa de Zidane na frente do jogo e a eliminatória empatada a zero.

Marcar dois golos na fase a eliminar da Champions é algo a que Ronaldo, de resto, já habituou os adeptos. Com esta, foi a 10ª vez que o conseguiu (três nas meias-finais, três nos quartos de final e três nos oitavos). O que nunca tinha conseguido ela elevar a parada. Chegou o dia.

Provando que ainda tem marcas para bater, Ronaldo fez o seu primeiro hat-trick de sempre na fase a eliminar da Liga milionária e levou, então, o Real até mais uma semi-final.

Foi, ainda, o 41º hat-trick da carreira de Cristiano Ronaldo, contabilizando todas as vezes em que até fez mais que isso, ou seja, consegui póquers e manitas.

Por ano

2008: 1

2010: 4

2011: 9

2012: 4

2013: 8

2014: 4

2015: 8

2016: 3

Uma máquina de marcar

Na Champions, como se disse, nunca tinha conseguido marcar três golos num jogo a eliminar, mas já o tinha feito por quatro vezes na fase de grupos, sempre com a camisola do emblema madrileno.

O primeiro foi em 2012/13, numa vitoria por 1-4 em Amesterdão frente ao Ajax, repetindo o feito no ano seguinte, novamente fora de portas, mas mais a oriente. Foi em Istambul, frente ao Galatasaray numa goleada de 1-6. Esta época já tinha dois hat-tricks na conta pessoal: nos 4-0 ao Shakhtar Donetsk e nos 8-0 ao Malmoe quando, na verdade, até chegou ao póquer.

Novo record está pertíssimo

Com os três golos ao Wolfsburgo, Cristiano Ronaldo chegou, ainda, aos 16 golos na edição atual da Liga dos Campeões. Está a um do recorde absoluto numa só temporada que…é seu.

Em 2013/14, na caminhada até à final de Lisboa ganha ao Atlético Madrid, Cristiano Ronaldo fez 17 golos. Tem, agora, pelo menos mais dois jogos para tentar igualar e, depois, superar essa fasquia. Alguém duvida?

Ronaldo soma 16 golos em 10 jogos na Liga dos Campeões, o que dá uma média impressionante de 1,6 golos por jogo. Em 2016, somando todas as competições, já soma 21 golos e ainda vamos no início de abril.

Desde que chegou ao Real Madrid, apenas nos dois primeiros anos não atingiu a barreira dos 10 golos na Liga dos Campeões.

Os números de Ronaldo na Champions pelo Real Madrid

2015/16: 16 golos

2014/15: 10 golos

2013/14: 17 golos

2012/13: 12 golos

2011/12: 10 golos

2010/11: 6 golos

2009/10: 7 golos

Man. City: o décimo emblema inglês nas meias-finais

Depois da estreia nos «quartos», City continua a fazer história

No outro jogo desta noite relativo aos quartos de final, o Manchester City levou a melhor sobre o Paris Saint-Germain, que voltou a cair nos quartos de final.

Desde a reestruturação financeira que transformou o clube, o PSG ainda não conseguiu quebrar a malapata e é sempre eliminado nesta fase há quatro anos consecutivos.

Em 2012/13 foi o Barcelona a enviar os franceses para fora da prova, no ano seguinte foi o Chelsea, depois novamente o Barça e agora o Manchester City, que até se estreava nesta fase.

E se já era estreante nos quartos de final, a equipa de Manuel Pellegrini (que eleva a fasquia para Pep Guardiola que lhe vai suceder) é, também, naturalmente, estreante nas meias finais.

Tornou-se, assim, o décimo clube inglês a chegar a esta fase da prova, contando as edições da Liga dos Campeões e da Taça dos Campeões Europeus.

A Liga inglesa já era, de resto, a que mais clubes diferentes tinha colocado nesta fase da prova, mas agora alarga essa margem.

A saber: Manchester United, Chelsea, Liverpool, Arsenal, Nottingham Forrest, Aston Villa, Tottenham, Leeds United, Derby County e, agora, Manchester City.

Segue-se Alemanha e França, ambos com oito equipas diferentes. Os emblemas germânicos que já chegaram a esta fase da prova foram o Bayern Munique, Borussia Dortmund, Bayer Leverkusen, Eintracht Frankfurt, Hamburgo, Borussia Monchengladbach, Colónia e Schalke 04.

Do lado francês, já estiveram nas meias finais PSG, Marselha, Mónaco, Lyon, Bordéus, Nantes, Saint-Etienne e Stade Reims.

De resto, com o apuramento de Real Madrid (o 27º da sua história) e Manchester City, Espanha fica já com o estatuto de país mais representado nas meias finais desta temporada, uma vez que do Atlético Madrid-Barcelona sairá outro semi-finalista. Inglaterra terá os «Citizens» e a última vaga será disputada no Estádio da Luz, num Portugal-Alemanha que se chama Benfica-Bayern Munique.