Figura: Diogo Costa

I-N-C-R-Í-V-E-L. Começam a faltar elogios para o internacional português. Sóbrio, felino entre os postes, seguríssimo a jogar com os pés. Fez um jogo ao nível de um titular da seleção nacional, mas não só. Esteve ao nível dos melhores do mundo. Pelo terceiro jogo seguido, Diogo Costa travou um penálti. Ou melhor, defendeu dois de forma consecutiva (!), uma vez que o árbitro mandou repetir e Vanaken já nem teve coragem para tentar outra vez. Lang assumiu, mas a bateu numa muralha chamada Diogo Costa. Segurou a equipa ao jogo, no fundo. Todas as palavras parecem não fazer jus ao monumento que o guardião portista construiu em Bruges.


Momento(s) do jogo: Diogo Costa. Duas vezes Diogo Costa, minutos 50 e 52

O FC Porto poderia ter chegado ao intervalo a ganhar confortavelmente. Depois de tamanho desperdício, os dragões venciam apenas por 1-0 ao intervalo. Logo a abrir a segunda parte, David Carmo cometeu um erro tremendo ao atingir com a perna Mechele quando a bola já não estava na área. Michael Oliver marcou penálti, mas Diogo Costa travou o remate de Vanaken. No entanto, o árbitro inglês mandou repetir o lance. Não há palavra, disse o guarda-redes portista – travou a grande penalidade de Lang. O jogo ficou totalmente a favor dos campeões nacionais que partiram, a partir daí, para a goleada. 

Outros destaques:

Taremi: arrisco escrever que se o avançado persa fosse um finalizador exímio, estava entre os melhores jogadores do mundo. O internacional iraniano falhou duas excelentes oportunidades para inaugurar o marcador na Bélgica, mas à terceira foi de vez e com classe, quebrou a série de jogos sem sofrer do Club Brugge na Champions. Mais tarde, bisou depois de nova assistência de Otávio. Além do golo, Taremi foi igual a si mesmo: inteligente nos movimentos, criterioso com bola e ainda ofereceu um golo a Eustáquio. Poderia ser a figura do jogo não fosse Diogo Costa.

Mechele: entre os 7 e os 35 minutos, a defesa belga meteu água por todos os lados. No entanto, foram Mechele, central do lado direito, e o lateral-direito Odoi que mais sofreram com Galeno, Otávio e Taremi. Mechele errou o passe que permitiu a Otávio isolar Taremi e continuou a exibição desastrada na segunda parte ao ser ultrapassado por Galeno no segundo e terceiro golos. 

Otávio jogo de mão cheia na Bélgica. O internacional português procurou terrenos (ainda) mais interiores e esteve um pouco por todo o lado. Esteve sempre bem posicionado, recuperou várias bolas, enfim, orreu muito e bem. Foi da esquerda, por exemplo, que «inventou» a primeira grande situação de golo do FC Porto com um passe picado. Já depois de ter estado no passe que isolou Taremi, o capitão do FC Porto repetiu o passe picado, mas Evanilson evitou o golo de Galeno. Conseguiu, ainda assim, o melhor passe do jogo, a rasgar toda a defesa belga, para Taremi que fez o 1-0. Incrível o discernimento que mostrou aos 70 minutos e depois de muitos quilómetros nas pernas ao servir novamente Taremi para o 0-4 final. A vitória dos dragões em Bruges tem toque do luso-brasileiro.

Galeno: o extremo parece outro jogador. Mantém a velocidade que o diferencia dos outros, mas agora tem outro critério a decidir. Foi assim esta noite. O brasileiro esteve irrepreensível ao nível da decisão e soube sempre qual o melhor passe a efetuar. Depois de Evanilson lhe ter ‘tirado’ um golo, Galeno embalou para uma segunda parte de luxo e esteve ligado a três dos quatro golos portistas. Foi um pesadelo para Mechele. 

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