«Saiu o Krasnodar ao FC Porto? Não sabia!»
Rui Miguel viveu por dentro o crescimento do adversário dos dragões na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões. O médio ofensivo representou o Krasnodar em 2011/12, precisamente na época de estreia no escalão principal do futebol russo.
O jogador do Trofense defende que o Krasnodar está a crescer, mas ainda longe de ter atingido o ponto de maturação.
«O Krasnodar já era o melhor clube da Rússia nessa altura em termos de instalações, centro de estágio, etc. Estavam a fazer uma aposta muito forte, notava-se que era um projeto sólido. O desejo do presidente era ser campeão russo e chegar à Liga dos Campeões. Ainda tem muito para crescer e acho que nos próximos anos vai ser a melhor equipa do país», conta ao Maisfutebol.
Em cerca de 11 anos, o Krasnodar subiu dois escalões, já esteve cinco vezes nas competições europeias e, nos últimos seis anos, ficou sempre no top-5 do principal campeonato do país. Notável para um emblema que era quase desconhecido, inclusive para os habitantes da cidade onde estava sediado.
«Quando lá estava o clube estava a formar-se. A cidade estava completamente desligada do clube. Existia até falta de conhecimento. Os adeptos eram todos do clube rival, do Kuban. Com o passar dos anos e com os resultados alcançados, o Krasnodar ganhou uma multidão de fãs por todo o país. Agora é uma das grandes potências da Rússia, capaz de lutar por títulos», explica Rui Miguel.
O Krasnodar conseguiu deixar de viver na sombra do rival Kuban - entretanto extinto - e tornou-se na bandeira da cidade sulista. Como? À custa do poder financeiro do seu presidente e fundador.
«O centro de estágio do futebol profissional ficava a cerca de 50 quilómetros do centro da cidade. Na altura o presidente comprou o centro de estágio ao Kuban Krasnodar. Houve um forte investimento, sem dúvida. Quando sai, a academia da formação, que é monstruosa, estava quase concluída. É algo do outro mundo», diz Rui Miguel.
Dono de mais de 15 mil supermercados na Rússia, Sergey Galitsky é um dos homens mais ricos do país e fundador do clube. Profundo admirador de Sir Alex Ferguson, o dono bilionário do Krasnodar rompeu com o paradigma do futebol russo: investiu em infraestruturas e na formação, recusando gastar milhões em jogadores.
«Segundo o que me foi dito, os dirigentes do Krasnodar copiaram o projeto do Manchester United. Tive oportunidade de treinar nessa academia e as condições eram brutais. Tem imensos campos para treinar, dois campos cobertos, enfim, tudo. Entretanto construíram o novo estádio ao lado, que é fantástico», completa Rui Miguel.
Em Krasnodar o FC Porto não vai encontrar uma cidade tipicamente russa. Longe disso.
«Vão encontrar muito calor. Em Krasnodar faz muito calor e é abafado», conclui.
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