Da fundação do clube à elite europeia, o FK Krasnodar demorou pouco mais de dez anos.

O adversário do FC Porto na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões 2019/2020 é de história recente, mas já conquistou o seu espaço no futebol russo. Em cerca de 11 anos, subiu dois escalões, já esteve cinco vezes nas competições europeias e, nos últimos seis anos, ficou sempre no top-5 do principal campeonato do país. Retrato direto de um crescimento exponencial.

Tudo começou com o nascimento deste bebé em 2008, ano em que conseguiu, a 22 de fevereiro, a licença oficial para participar nas provas nacionais da Rússia.

Pela mão do empresário Sergey Nikolayevich Galitsky, o FK Krasnodar estreou-se em 2009 na zona Sul da segunda divisão - o terceiro escalão do país - e em 2010, mesmo apesar do quinto lugar na segunda liga russa, acabou por ser promovido e estreou-se no principal campeonato na temporada de 2011/2012, no qual obteve um nono lugar.

Daí para cá, o emblema de leste acentuou a competitividade entre os nomes maiores do futebol da Rússia. Depois do 10.º lugar em 2012/2013, nunca ficou abaixo dos cinco primeiros. Foi quinto em 2013/2014, quarto por três ocasiões (2015/2016, 2016/2017 e 2017/2018) e terceiro na liga russa na última época, o melhor registo, antes já alcançado em 2014/2015.

Esta última temporada referida ficou marcada pela estreia nas competições europeias. Depois de ter ultrapassado três pré-eliminatórias, o Krasnodar participou na fase de grupos da Liga Europa, na qual caiu, num grupo com Everton, Lille e Wolfsburgo.

Depois da primeira presença, o Krasnodar tomou-lhe o gosto e já esteve por mais quatro ocasiões em outros tantos anos na Liga Europa. O melhor que conseguiu foi chegar aos oitavos de final, na última edição e em 2016/2017. Em 2015/2016 foi até aos 16 avos de final e, em 2017/2018, ficou pelo play-off.

Apesar de ter tomado o seu espaço de forma rápida a nível nacional, o FK Krasnodar – não confundir com o Kuban Krasnodar, o outro clube da cidade, falido em 2018 – ainda procura o primeiro título da história. O mais perto que esteve, além dos dois terceiros lugares na liga nacional, foi na Taça da Rússia: em 2016, foi semifinalista da prova, ao cair ante o CSKA Moscovo no acesso à final.

Estreia na liga milionária e com portugueses

Após o segundo pódio no campeonato nacional, o FK Krasnodar vai jogar, pela primeira vez, o acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.

Vai, igualmente, encontrar pela primeira vez um emblema português nas competições europeias, algo que não acontece com o FC Porto, que já encontrou equipas da Rússia por 14 ocasiões nas provas do Velho Continente.

Um plantel conhecedor de Portugal

No plantel do Krasnodar, liderado pelo treinador Murad Musayev, de 35 anos, moram futebolistas com conhecimento do campeonato português. De forma mais ou menos recente.

O caso mais próximo é o do médio brasileiro Kaio Pantaleão, que rumou neste defeso à Rússia, após passagem pelo Santa Clara. Na baliza mora o guardião russo Stanislav Kritciuk, que passou por Portugal entre 2012 e 2016, no Rio Ave e no Sporting de Braga.

Entre as referências da equipa, o FK Krasnodar conta com o central sérvio Uros Spajic, o avançado sueco Marcus Berg, o também dianteiro russo-brasileiro Ari ou o holandês Tonny Vilhena. Na juventude do plantel, há um nome considerado como promessa no futebol russo. O extremo/avançado Shapi Suleymanov: tem 19 anos e, após ter-se estreado pela formação principal em julho de 2017, impôs-se na equipa em 2018/2019, com 10 golos em 29 jogos.

Já em competição na liga russa em 2019/2020, o FK Krasnodar está no 11.º lugar, com três pontos ao fim de duas jornadas. Somou uma vitória e uma derrota.