Um jogo que ainda antes de começar já tinha o rótulo de «final antecipada» tendo em conta os vinte troféus que os dois «gigantes» partilham, em conjunto, entre os quais a final de Paris da época passada, mas os dois emblemas fizeram questão de reforçar tudo o que já estava escrito no cartaz de apresentação, com um grande jogo de futebol.

Confira a FICHA DO JOGO 

Mais uma «remontada» espetacular do campeão da Europa em título, à imagem das que protagonizou na época passada. O Liverpool entrou melhor, a todo o gás, abriu o marcador com um grande golo de Darwin Nuñez e depois aumentou a vantagem com um golo de Mo Salah. O Real Madrid não tremeu, nem pestanejou. Entrou depois no jogo, com toda a calma do mundo, empatou antes do intervalo e, sem grande esforço, acrescentou mais três golos no segundo tempo, construindo uma preciosa vantagem de 5-2 antes do segundo jogo no Bernabéu.

Calcanhar do bailarino Darwin logo a abrir

Grande ambiente no Estádio de Anfield, com a equipa de Jurgen Klopp a entrar com tudo no jogo, num forte contrate com a serenidade que o Real Madrid emanava. Um jogo que começou a duas velocidades, com uns «Reds» supersónicos sobre o terreno de jogo e uns «blancos» a jogar a passo. O espetáculo já era cativante, mas ainda mais ficou quando o Liverpool marcou, logo aos 4 minutos, até pela forma como chegou ao golo. Henderson abriu na direita, Salah cruzou para o coração da área onde apareceu Darwin Nuñez, a bailar, com os dois pés acima do relvado e um toque de calcanhar que desmontou Courtois. Espetacular.

Estava servida a entrada. Anfield explodiu em festa, Klopp bateu palmas, mas o Real Madrid já estava à espera no centro do terreno. O Liverpool continuou endiabrado, com uma pressão tremendamente alta a colocar dificuldades na zona de construção do Real Madrid e, aos quinze minutos, Salah pressionou, Courtois atrapalhou-se e deu a bola ao «faraó» que rematou de primeira para o segundo golo da noite. Nova explosão de festa nas bancadas, Klopp de sorriso aberto e o Real Madrid, mais uma vez, à espera no centro do circulo central.

Real Madrid diz «boa noite» e entra em jogo

O campeão da Europa não tremeu face à entrada fulgurante do finalista da época passada. Só depois do segundo golo é que o Real Madrid começou a jogar. A equipa de Ancelotti, quase sempre por Camavinga, já tinha ensaiado uns passes em profundidade, procurando explorar a velocidade dos brasileiros Vinicius e Rodrygo, mas nem precisou de acelerar muito para chegar ao golo. Vinicius combinou com Benzema e, sobre a quina da área, bateu Alisson com um remate colocado. O Real Madrid dizia «boa noite». Começava aqui um segundo jogo. Ancelotti ainda sofreu uma contrariedade, com a lesão de Alaba a obrigar à entrada de Nacho, mas o empate chegou logo a seguir.

Mais um «brinde». Se Courtois ofereceu um golo a Salah, Alisson fez questão de retribuir e, na sequência de um atraso de Joe Gomez, atirou contra Vinicius que, sem querer, acabou por bisar no jogo. Em apenas quinze minutos, o Real Madrid anulava a vantagem que o Liverpool tinha construído nos primeiros quinze minutos. O jogo seguiu vivo até ao intervalo, com oportunidades nas duas balizas, mas não houve mais golos, mantendo-se um diplomático empate 2-2, mas ainda faltavam mais 45 minutos.

Abram alas para o senhor Bola de Ouro

Logo a abrir o segundo tempo, o Real Madrid passou, pela primeira vez, para a frente do marcador, numa bola parada, numa jogada de laboratório. Livre tenso de Modric, sobre a esquerda, em forma de canto curto e entrada impetuosa de Éder Militão na área para bater Alisson com uma cabeçada imparável. Foi a estocada final no Liverpool. Seguiu-se um verdadeiro festival do Real Madrid que, sem correr muito, foi aumentando a vantagem no marcador, com Benzema, até aqui discreto, a mostrar o estatuto de verdadeiro Bola de Ouro.

O internacional francês fez o 4-2, a passe de Rodrygo, contando ainda com um desvio traiçoeiro nas costas de Joe Gomez. Depois fez também o 5-2, numa transição rápida, sentando Alisson no relvado antes de voltar a atirar a contar. Sete golos em apenas 66 minutos. Estava feito.

Jurgen Klopp ainda lançou Firmino e Diogo Jota, mas o jogo acabou com os adeptos espanhóis a gritarem «olés» nas bancadas de Anfield.