David Moyes sobrevive no limite: depois da derrota por 0-2 em Atenas, que tornou muito firme a ameaça de eliminação do Manchester United perante o Olympiakos, a formação inglesa deu esta quarta-feira a reviravolta épica na eliminatória.

Van Persie fez os três golos e tornou-se herói.

O holandês ganhou até direito a um lugar na história do Manchester United: fazer três golos que valem o apuramento para os quartos de final da Champions já seria feito suficiente, é verdade, mas Van Persie acrescentou-lhe a novidade de ser o primeiro jogador do United a fazer um hat-trick na fase eliminatória da Champions.

Nem tudo foi perfeito, porém: o avançado foi do céu ao inferno e acabou por sair de campo já em período de descontos com o joelho imobilizado. À primeira vista a lesão parece ser grave.

Do lado triste desta história ficou o português Paulo Machado, ele que entrou em campo a quinze minutos do fim, ficou o Olympiakos de uma maneira geral e ficou Roberto em particular: dá a clara sensação que o guarda-redes podia ter feito bem melhor no golo de livre de Van Persie.

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É certo que na primeira parte, por exemplo, Roberto já tinha evitado o golo do United, desviando com os dedos um cabeceamento de Rooney para o poste, mas no fim fica ligado ao resultado.

Tal como De Gea, aliás: o guarda-redes do Man. United evitou por três vezes o golo do Olympiakos e tornou-se tambéme ele figura central desta reviravolta feliz.

Por aqui já se vê como o jogo não foi sentido de único. Não foi, realmente: bem pelo contrário. O Olympiakos nunca se limitou a defender a vantagem trazida de Atenas, quis sempre atacar, procurar a baliza adversária e pressionar um Manchester United que vive sobre brasas.

Talvez por isso a primeira oportunidade tenha sido mesmo do Olympiakos: Campbell (que belo jogador) serviu Hernán Perez, que atirou por cima da barra com tudo para marcar. Logo a seguir o Manchester United atirou ao poste, no tal cabeceamento de Rooney, e o jogo parecia por isso num impasse quando Holebas fez uma falta parva sobre Van Persie dentro da área.

O próprio Van Persie converteu a grande penalidade e encheu Old Trafford de fé.

O jogo não mudou muito a toada, o Man. United manteve mais posse de bola, o Olympiakos nunca deixou de atacar, Roberto fez grande defesa a cabeceamento de Evra e De Gea parou remates de Hernán Perez e Domínguez na mesma jogada com selo de golo.

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Mantinha-se tudo num impasse, portanto, quando Giggs abriu em Rooney, que cruzou para Van Persie se adiantar a Leandro Salino e desviar para o segundo golo: nos descontos da primeira parte, o Manchester empatava a eliminatória. Moyes não podia pedir melhor, nem que fosse ingrato.

Se a primeira parte acabou perfeita, a segunda parte começou perfeita: minuto 51, livre à entrada da área, Van Persie não bate muito colocado, mas Roberto dá um passo para o lado errado e não reage a uma bola que lhe passou ali um metro ao lado. O espanhol tornou-se aí vilão do sonho grego.

É verdade que depois disso o Olympiakos foi para a frente, carregou e pressionou, ameaçou até por duas vezes, mas Hernán Perez atirou ao lado e Dominguez permitiu a defesa de De Gea.

O Man. United sofreu até ao fim, mas celebrou no fim. Segue para os quartos de final numa noite em que Van Persie foi do céu ao inferno, e durante esse trajeto salvou a pele de David Moyes.