José Mourinho comentou o Ajax-Tottenham para a Bein Sports, tal como acontecera na véspera com o Liverpool-Barcelona. O técnico português sublinhou que um dos problemas dos holandeses foi terem sido demasiado fiéis à ideia que têm-

«Para mim, a filosofia é o que faz uma equipa crescer na direção de que qualquer equipa cresce. É preciso essa base, essa filosofia, um estilo de jogo adaptado às qualidades dos jogadores. O Ajax merece todo o crédito por isso e toda a admiração de pessoas como nós, que adoram futebol. Mas o futebol é uma batalha desportiva. E nas batalhas é preciso estratégia. Para vencer jogos e, especialmente, para vencer-se jogos especiais, que existem, é preciso, por vezes, não nos agarrarmos à filosofia e, por vezes, ir mesmo contra essa filosofia para se vencer.»

«Se o Ajax escondesse melhor as suas fraquezas, e todos nós as conhecemos... Têm de lidar com isso e vimos muitos exemplos. O básico a fazer quando se tem uma vantagem é manter o equilíbrio a tempo inteiro! Nunca desequilibrar. Isso começa com a linha defensiva em posição e, depois disso, com vários jogadores atrás da linha da bola. Eles mantiveram a filosofia, jogaram a segunda parte como se estivessem a jogar com o Vitesse na Liga da Holanda. Neste momento, não acreditam no que lhes aconteceu. O Tottenham mudou, usou muito bem o jogo direto. Tiveram sorte, tiveram os deuses do futebol com eles, mas presguiram essa sorte.»

«O Ajax precisava que o treinador jogasse bem na segunda parte»

«Dói-me dizer isto. Quero dar 99 por cento de crédito a Ten Hag pelo belo trabalho que fez com esta equipa, mas tenho de ser crítico em um por cento. Esta segunda parte...ele tem de jogar mais. Como treinadores, há jogos que não disputamos, há outros em que jogamos muito mal, mas também há jogos que jogamos muito bem. E o Ajax, na segunda parte, precisava que ele jogasse muito bem. E acho que ele jogou como a equipa dele: não muito bem.»