Depois do hat-trick de Cristiano Ronaldo, o bis de Gonzalo Higuaín.

Se na véspera o Real Madrid havia dado três passos em direção a Cardiff, na noite de quarta-feira a Juventus foi ao Mónaco dar também as suas duas largas passadas e vencer por 2-0 a equipa de Leonardo Jardim, Bernardo Silva e João Moutinho.

Na Liga dos Campeões impõe-se a lei do mais forte e perspetiva-se uma final entre Real Madrid e Juventus, numa reedição da decisão de 1998, quando Pedrag Mijatovic decidiu o título para os merengues (1-0).

Há aqui alguma precipitação? A fazer fé no histórico da Juve em casa, nem por isso.

O Mónaco está agora numa situação em tudo semelhante à do FC Porto nos oitavos-de-final. Perdeu 2-0 em casa e tem de recuperar a desvantagem em Turim.

Problema: a Juventus não perde por dois golos em casa desde abril de 2013, quando o Bayern de Munique venceu nos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Para conseguir um resultado de 1-3, que valeria a passagem, o Mónaco teria de fazer algo que não acontece à Juve em casa desde novembro de 2012 – à jornada 11 da Liga Italiana, quando o Inter conseguiu essa façanha.

A Juventus não só tem um registo impressionante em casa, nos últimos anos, como em termos históricos: nunca perdeu uma eliminatória europeia nas 36 anteriores ocasiões em que venceu fora na primeira mão. Aliás: nenhuma equipa na história da Liga dos Campeões perdeu uma vantagem de 2-0 fora na primeira mão (em 45 ocasiões).

Por sua vez, o Mónaco foi sempre eliminado na UEFA nas cinco vezes anteriores em que perdeu a primeira mão em casa.

Em suma: no Louis II, a «Vecchia Signora» saiu coroada quase como finalista do principado.

Foi o jogo de Higuaín, que se tornou no quarto jogador dos bianconeri a bisar nas meias-finais da grande prova europeia, depois de Altafini, Del Piero e Inzaghi (foi o terceiro argentino a consegui-lo, depois de Di Stéfano e Messi). Foi também o jogo de Daniel Alves, que além das duas assistências que fez, ultrapassou Roberto Carlos como brasileiro com mais jogos nas provas da UEFA: tem agora 141 (o terceiro é Luisão, do Benfica, com 123). E, naturalmente, foi também um jogo especial para Buffon, que completou o 100.º jogo pela Juventus na Liga dos Campeões.

A «Vecchia Signora» leva agora uma sequência de cinco jogos sem sofrer qualquer golo no play-off (seis, considerando a fase de grupos). O «Vecchio» Buffon está desde a noite de quarta-feira mais perto de conquistar a sua primeira Champions.