13 anos depois de Madrid, o Inter de Milão está na final da Liga dos Campeões.

O caminho para Istambul não foi o mais bonito de todos, contou com duas viagens a Portugal – uma bastante sofrida, no Dragão – e um Derby della Madonnina, mas está completo. Resta agora esperar, no sofá, pelo adversário do jogo decisivo: Manchester City ou Real Madrid.

Sorriso de Leão agitou, mas não ofuscou o pragmatismo nerazzuro

O Inter entrava em campo esta noite como favorito. Indiscutivelmente. Jogava na condição de visitado e tinha uma vantagem de dois golos, conseguida na primeira mão, no mesmo estádio.

Mas o Milan não se dava por vencido, até porque tinha um trunfo importante, bastante importante: Rafael Leão.

Ausente na partida de há uma semana por lesão, o internacional português voltou à titularidade. Sempre de sorriso nos lábios, Leão tentou remar contra uma maré azul e preta... sem sucesso.

FILME DO JOGO.

Foram dele os melhores lances do Milan, aliás. O futebolista de 23 anos, sempre irreverente, foi agitando as águas, mas não o suficiente para fazer cair o barco robusto e sólido do Inter – o mais perto que esteve foi ao minuto 38, numa jogada tipicamente sua.

(IMAGENS ELEVEN SPORTS)

Só que antes disso, já o Inter de Milão havia estado uma e outra vez perto do golo. Os nerazzurri não apresentam o futebol mais bonito de todos, mas têm peças no meio-campo que fazem a bola andar e uma dupla de avançados capaz de fazer a cabeça em água a qualquer defesa: Dzeko e Lautaro Martínez.

O conjunto de Simone Inzaghi esteve sempre confortável, de resto, e esse conforto só se acentuou com o passar dos minutos. Ao Milan, faltava arte e engenho para ao menos reentrar na discussão da eliminatória. Agradecia o eterno rival, confortável sem bola e sempre pronto a ferir à mínima distração do Milan.

Lukaku e Lautaro, feliz o treinador que os tem

E foi isso que aconteceu, até porque um treinador que se dá ao luxo de tirar Dzeko e meter Romelu Lukaku, é um treinador feliz. A 15 minutos dos 90, deram ao belga o tempo que não deviam dar e esteve não foi egoísta: colocou Lautaro na cara do golo e o avançado argentino – que exibição fez o resto.

A situação do Milan não era boa, pior ficou. A do Inter só melhorou, entre mais ameaças de Lautaro e Lukaku e a festa em crescendo da bancada. 1-0 esta noite, 3-0 no agregado da eliminatória. Sem espinhas.

O Inter de Milão passou dificuldades no Estádio do Dragão, frente ao FC Porto, logo nos oitavos de final. Depois disso, foram também em crescendo as exibições do conjunto de Inzaghi, primeiro frente ao Benfica e depois ante o Milan, em duas eliminatórias em que as formações de vermelho nunca estiveram verdadeiramente dentro da eliminatória.

13 anos depois daquela equipa de José Mourinho que conquistou a Europa em Madrid, no Santiago Bernabéu, o Inter de Milão vai à procura de mais história em Milão. Resta saber o adversário que a vai tentar impedir.