Quem entra na Câmara Municipal de Lisboa e vira à direita depara-se logo com algumas das imagens mais marcantes da história do futebol português: as conquistas europeias do Benfica e do FC Porto, de Luís Figo, José Mourinho ou Cristiano Ronaldo, entre outros.

É a parede das finais da Taça dos Campeões Europeus ou Liga dos Campeões, que abre a Galeria UEFA Champions, em Lisboa até 25 de maio. Ali podemos ver José Águas e José Augusto com o troféu conquistado em 1961; um remate de Eusébio ao Milan, dois anos depois; Juary a festejar o golo em 1987; Figo a erguer o troféu em 2002; a festa portista dois anos depois; a alegria de Ronaldo em 2008 ou a conquista de José Mourinho com o Inter, em 2010.

Isto e muito mais, logo a abrir uma galeria que depois junta outras secções na segunda sala. Entre as lendas europeias está a imagem de um festejo de Ronaldo, da Seleção Nacional que brilhou no Euro2000 ou ainda do penálti marcado por Ricardo à Inglaterra, em 2004.

No mesmo ano em que Nuno Gomes marcou à Espanha, momento recordado na parede das fases finais de Europeus. Ali ao lado o abraço de Mourinho a Moratti, em 2010, na parede dos treinadores, que depois vai dar ao futebol feminino, sem esquecer as lendas dos clubes campeões europeus e as super estrelas.

E basta atravessar a rua para recordar mais momentos marcantes do futebol europeu, com capítulos escritos em português. A Sala do Risco do Pátio da Galé, ali ao lado dos Paços do Concelho, transformou-se em museu da UEFA. Ali são recordadas algumas das finais da Liga dos Campeões, como a de 1963. «A legend is born (nasceu uma lenda)», pode ler-se no mural, com a imagem de Eusébio. O «Pantera Negra» volta a estar em destaque mais à frente, incluído sem favor entre as grandes figuras do futebol europeu. Está lá Ronaldo também, mesmo ao lado de Messi e em frente ao mural que mostra o trajeto dos dois finalistas deste ano, à semelhança do que é feito para a final feminina.

Há espaço também para apresentar os programas de jogo de todas as finais da principal prova europeia de clubes (em 1957 não houve programa, sabia?), ao lado de uma «parede de cacifos» em que cada porta corresponde a uma imagem da final desse ano. Como o célebre momento em que João Pinto, capitão do FC Porto, mete o troféu na cabeça, por exemplo.

O passado e o presente convivem saudavelmente no espaço, e por isso são também apresentadas camisolas de todas as equipas que participaram na edição deste ano. A do Benfica é de Luisão, a do FC Porto tem o nome de Jackson Martínez.

Até 25 de maio tudo isto estará à disposição de portugueses e não só, no coração de Lisboa. De forma gratuita, entre as 10 e as 20h30.

Lisboa, capital europeia do futebol

A exposição foi inaugurada nesta terça-feira, numa cerimónia conduzida pelo jornalista Pedro Pinto, da TVI, e com a presença do presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, e de Jorge Máximo, vereador da Câmara Municipal de Lisboa.

O líder federativo falou do «orgulho e satisfação de ter a festa do futebol inserida no centenário» do organismo que lidera, destacando não só a final masculina, no Estádio da Luz, mas também a feminina, marcada para o Restelo. Mas em relação ao duelo entre Real e Atlético de Madrid, a 24 de maio, Fernando Gomes lembrou que haverá sempre um português a erguer o troféu, o que será «mais um motivo de satisfação».

Jorge Máximo também considerou «entusiasmante» a presença de duas equipas de Madrid na final da Luz, o que vai trazer a Lisboa muitos adeptos do país vizinho. «É com grande entusiasmo e grande honra que a cidade recebe duas finais, e ainda terá um representante na outra final europeia», acrescentou.