Uma bela história de amor só pode existir quando há reciprocidade de sentimentos. E nesta terça-feira, ao contrário daquela terça-feira de 3 de abril de 2018, ela existiu.

Quase um ano depois de ter tirado o chão à Vecchia Signora em Turim (então ao serviço do Real Madrid), Cristiano Ronaldo assinou três golos que permitiram à Juventus virar a eliminatória frente ao Atlético Madrid e ressuscitar o sonho de voltar a subir ao trono do futebol europeu.

Nesta terça-feira, 12 de março de 2019, o avançado português voltou a somar mais recordes na Liga dos Campeões. Consolidou, por exemplo, o estatuto de melhor marcador de sempre da prova (124 golos + um numa pré-eliminatória) e igualou Lionel Messi no número de hat-tricks assinados.

A presa da noite, o Atlético Madrid, é a segunda maior vítima do português em toda a carreira, apenas atrás do Sevilha, com 27: 25 golos apontados aos colchoneros, 21 na era Simeone, para quem já não é estranho sofrer três golos de CR7 numa só partida. Foi a quarta vez e a segunda na Champions, depois da 1.ª mão das meias-finais da edição 2016/17.

A noite de glória permitiu a Ronaldo chegar ao golo 63 em fases a eliminar. As comparações com Lionel Messi são inevitáveis: se o craque do Barcelona é mais eficaz nas fases de grupo (66-61), mas perde dos oitavos de final para a frente, onde se fica pelos 40 remates certeiros.

A par dos (muitos) números individuais de Cristiano Ronaldo, também houve registos assinaláveis para a Vecchia Signora. O mais relevante deles todos: foi a primeira vez que a Juventus ultrapassou uma eliminatória da UEFA depois de ter perdido na 1.ª mão por uma diferença mínima de dois golos. E tudo isto no jogo 500 de Chiellini com a camisola da Juventus.

Noite memorável em Turim, mas também em Manchester. Depois da vitória por 3-2 na Alemanha sobre o Schalke 04, o citizens de Pep Guardiola alcançaram aquela que passou a ser agora a maior goleada da história da equipa inglesa na Champions: 7-0.

Mais: o agregado de 10-2 passa a ser o melhor de sempre na prova por parte de uma equipa de Terras de Sua Majestade.

Bernardo Silva, com um golo e uma assistência, foi importante, mas a figura da noite em Manchester dá pelo nome de Leroy Sané: um golo e três assistências, elemento raríssimo em fases a eliminar da Liga dos Campeões e que não se via desde Franck Ribéry em 2012 ao serviço do Bayern Munique.

Os adeptos do Schalke regressaram a Gelsenkirchen de semblante bem mais pesado do que o que carregavam antes do jogo. De saco cheio e com a maior derrota de sempre de uma equipa alemã na liga milionária.