A superioridade absoluta da Juventus sobre o Manchester United em Old Trafford escreveu-se com um golo solitário de Dybala, que coloca a Vecchia Signora em posição privilegiadíssima para selar a passagem aos oitavos de final da Liga dos Campeões já na próxima jornada do Grupo H.

A margem mínima pode sugerir um jogo com um ponto de interrogação constantemente por cima do resultado final, mas a verdade é que só por uma ocasião o triunfo da equipa italiana pareceu em risco: quando Paul Pogba atirou ao ferro direito da baliza de Szczesny já depois da hora de jogo.

Até aí, e sobretudo nos primeiros 45 minutos, a Juventus, com Cancelo e Ronaldo no onze, empurrou a equipa de José Mourinho abaixo do palco em pleno Teatro dos Sonhos. As estatísticas no final da primeira parte atestam bem a superioridade do emblema italiano: 70 por cento de posse de bola e dez remates contra apenas uma tentativa dos ingleses. Os números valem o que valem, é certo, mas este dizem muito.

Não refletem uma Juventus avassaladora, mas transparecem uma equipa autoritária, compenetrada, madura e, sobretudo, com índices competitivos muito superiores aos do Man Utd. Paciente na circulação mas com capacidade para acelerar no último terço, o golo chegou com naturalidade aos 17 minutos. Ronaldo foi à linha, cruzou para a pequena área e a bola acabou por sobrar para Dybala, que atirou para o quarto golo da conta pessoal nesta edição da Liga dos Campeões no jogo 150 com a camisola da Juve.

FILME E FICHA DE JOGO

Os homens de José Mourinho pareciam acometidos a um estranho estado de letargia. Com Ronaldo e Dybala muito móveis no ataque, a Juventus acentuou o domínio, obrigado a equipa da casa as linhas. Não fosse De Gea - primeiro a remate de Bentancur (22’) e depois frente a e Matuidi no mesmo lance aos 38’ – e o jogo poderia ter ido para o descanso com um visto sobre a ficha de jogo.

Na etapa complementar houve mais United, mas ainda assim pouco. Muito pouco para quem se acharia digno de outra sorte.

Ronaldo atirou para a defesa da noite de De Gea aos 51 minutos e, depois disso, a Vecchia Signora tirou o pé do acelerador. Tornou-se mais conservadora e abriu uma janela de esperança aos ingleses, que remataram ao ferro direito num remate de Pogba aos 75 minutos, naquela que foi a melhor (única?) ocasião de golo dos Red Devils em todo o jogo.

Nos últimos 15 minutos, Allegri tentou pôr gelo no jogo, recorrendo a substituições avulso. Do lado do Manchester United, nem uma, o que espelha a incapacidade de uma equipa que já foi grande mas que hoje está longe do pelotão da frente da Europa do futebol.