Finalmente golos na Liga dos Campeões. O Manchester City foi a Gelsenkirchen bater o Schalke por 3-2, mas esteve a perder até cinco minutos do final. Um grande golo de Leroy Sané, jogador formado no Schalke, permitiu a Guardiola respirar de alívio antes de Sterling, com uma assistência de Ederson, marcar o golo da vitória já sobre o minuto noventa. Antes, disso, a equipa alemã tinha chegado ao intervalo com uma inesperada vantagem, graças a duas grandes penalidades convertidas por Bentaleb.

Confira a FICHA DO JOGO

Um jogo com duas equipas construídas com objetivos claramente distintos. Um Schalke montado para suster a entrada forte do City, com uma linha defensiva com cinco jogadores, mais uma linha de quatro no meio-campo, apenas com Mark Uth destacado na frente. O ensaio antes deste jogo tinha resultado em pleno com um empate sem golos na receção ao Freiburgo na Budesliga. O City apresentou-se bem mais solto, com Fernandinho no eixo da defesa, mas a atuar como «falso» central, subindo no terreno sempre que os citizens tinham a bola. Depois uma ala com De Bruyne e Bernardo Silva, sobre a direita, e outra com David Silva e Sterling, sobre a esquerda, no apoio direto a Kun Aguero, ainda com Gundogan a encher o miolo.

A equipa de Pep Guardiola assumiu, desde logo, as rédeas do jogo, com uma elevada posse de bola e uma circulação em velocidade, ao primeiro toque, a obrigar o Schalke a cometer erros atrás de erros. Os visitantes atacavam por todos os lados, mas com maior tendência para caírem para a esquerda, com Sterling muito ativo no corredor e a criar a primeira oportunidade do jogo, com cruzamento tenso do inglês para cabeçada de Aguero sobre o travão. Só dava City e um desentendimento entre Fährmann e Sané permitiu ao City abrir o marcador, aos 18 minutos: David Silva entra nas costas do central, rouba-lhe a bola e serve Aguero que só teve de atirar para as redes.

Parecia que estava aberto o caminho para uma goleada do City, mas aconteceu precisamente o contrário. Foi o Schalke que virou o resultado de forma totalmente inesperada. Primeiro, numa transição rápida, Caligiuri atirou forte fora da área e Otamendi cortou com o braço. Um lance polémico, uma vez que o argentino tem o braço junto ao corpo, embora pareça fazer um movimento na direção da bola. Um lance que levou à intervenção do VAR e o jogo esteve interrompido por mais de cinco minutos com os dois lados da contenda a pressionar o árbitro que acabou por chamar os dois capitães para lhes explicar a decisão de marcar penálti. Bentaleb, desde a marca dos onze metros, não perdoou.

O City voltou à carga, mas sete minutos depois da primeira grande penalidade, o árbitro assinalou uma segunda na área do City para desespero de Guardiola, este menos polémico. Cruzamento para a área e Fernandinho agarra Sané. Bentaleb voltou a finalizar para gáudio dos adeptos do Schalke que, apesar do modesto 14.º lugar na Budensliga, estavam a vencer o líder da Premier League ao intervalo. A primeira parte ficou fechada com um remate de Bernardo Silva por cima da trave. O internacional português, muito elogiado pelo treinador na antevisão do jogo, tinha estado discreto até aqui, mas seria mais interventivo na segunda parte.

Leroy Sané marcou e nem sorriu

Esperava-se uma reação mais intensa do City na segunda parte, mas o Schalke voltou a entrar determinado em defender a curta vantagem. O campeão inglês bem tentava abrir brechas, pela direita, pela esquerda e pelo centro, mas a equipa alemã fechava todos os caminhos para a sua baliza até que, ao minuto 68, Otamendi foi expulso depois de ver um segundo cartão amarelo. Ficava tudo ainda mais difícil para o Manchester City numa altura em que começava a dança dos dois bancos. Guardiola reequilibrou de imediato a defesa com Vincent Kompany, prescindindo de David Silva, para logo a seguir refrescar o ataque, com Leroy Sané a render Kun Aguero.

O jovem avançado formado no Schalke, comprado pelo City, por 50 milhões de euros, acabou por ser determinante neste jogo. O City já parecia ter esgotado todas as tentativas para chegar ao empate e, com menos um, até já parecia satisfeito com uma derrota pela margem mínima. Bernardo Silva arrancou uma falta na zona frontal e o jovem avançado alemão, na marcação do livre, fez a bola sobrevoar a barreira e entrar ao ângulo. Estava feito o empate a cinco minutos do final. Leroy Sané não festejou, nem sorriu, perante a festa dos companheiros.

Parecia tudo decidido quando já sobre o minuto noventa, pontapé longo de Ederson e Sterling escapa à marcação de Oczipka para bater Fährmann à vontade. Mesmo com dez, o City deu a volta ao resultado e regressa, assim, a casa com uma vitória que, a 12 de março, no jogo da segunda mão, vai poder gerir com muito maior conforto. Até porque a equipa inglesa nunca foi eliminada depois de vencer o primeiro jogo.