Depois de quatro derrotas consecutivas na Liga dos Campeões, o Manchester City voltou esta terça-feira a festejar um triunfo, na Alemanha, frente ao Hoffenheim (2-1), na primeira de cinco finais apontadas por Pep Guardiola depois da surpreendente derrota, em casa, diante do Olympique Lyon. A equipa alemã até entrou a ganhar, com um golo ainda antes do primeiro minuto do jogo, mas os campeões ingleses puxaram pelos galões e foram buscar Bernardo Silva ao banco para virarem o resultado e, assim, voltarem à luta no Grupo F.

Confira a FICHA DO JOGO

Na antevisão do jogo, Pep Guardiola não poupou elogios à audácia e pragmatismo que o jovem treinador Julian Nagelsmann conseguiu injetar no Hoffenheim que, na época anterior, conduziu a equipa ao terceiro lugar da Bundesliga e, dessa forma, garantiu a primeira participação do clube na Champions. Apesar de todos os avisos, o City foi apanhado a dormir nos primeiros instantes do jogo e os alemães marcaram mesmo logo a abrir quando ainda nem estava cumprido um minuto de jogo. Passe a rasgar de Kerem Demirbay, a defesa do City congelou à espera de um eventual fora de jogo [inexistente], e Ishak Belfodil foi para ali fora, batendo Ederson com facilidade. Tudo muito rápido num momento em que Guardiola ainda procurava o seu lugar no banco. Um início perfeito para o Hoffenheim que jogava pela primeira vez em casa nesta competição milionária.

Um golo que fez soar os alarmes e obrigou a uma reação rápida dos citizens que acabaram por chegar ao empate cinco minutos depois, numa transição rápida. Passe de rotura de David Silva a destacar Sané sobre a esquerda que, por sua vez, assistiu Aguero que nivelou o resultado. O City assumia definitivamente as rédeas do jogo. Guardiola apostou numa equipa mais musculada, com David Silva e Gundogan a abrirem o jogo para as alas onde Sterling e Sané alargavam o jogo, obrigando a defesa alemã a abrir espaços na zona central.

O Hoffenheim ainda ensaiou mais alguns ataques, quase sempre em iniciativas pela esquerda, com Kaderabek e Belfodil a arrastarem a equipa para o ataque, mas depois sentia tremendas dificuldades para recuperar para o modo defensivo. Com Sané muito ativo sobre a esquerda, com Joachim Löw [não levou o avançado para o Mundial2018] a assistir nas bancadas, o City construiu, pelo menos, três oportunidades flagrantes para dar a cambalhota no marcador. Destaque para uma arrancada de Sterling que expôs todas as fragilidades da defesa do Hoffenheim, sem ninguém que conseguisse acompanhar a velocidade do extremo inglês.

Até ao intervalo, o City criou oportunidades suficientes para virar o resultado, com destaque para nova oportunidade de Aguero que proporcionou a Baumann a defesa da noite. Apesar de tudo, o resultado chegou ao intervalo com um empate 1-1.

Bernardo saltou do banco e está na origem da reviravolta

O Hoffenheim voltou a tentar surpreender no arranque da segunda parte, novamente com um futebol vertical, com destaque para uma bomba de Grillitsch que passou por cima da trave. Não foi apenas mais um fogacho. É verdade que a equipa de Guardiola voltava a chamar a si o comando do jogo com a posse de bola a elevar-se até aos 70 por cento, mas o Hoffenheim continuava a ser perigoso. Numa investida de Laporte pela esquerda, David Silva quase marcou com um desvio junto ao primeiro poste. A verdade é que, apesar de ter muito mais bola, o City sentia dificuldades em chegar à área de Baumann. O Hoffenheim conseguia tirar maior rendimento nas poucas oportunidades em que conseguia sair a jogar.

Guardiola surpreendeu ao trocar Otamendi por John Stones, mas pouco depois chamou Bernardo Silva para o jogo em detrimento de Gundogan. O internacional português não precisou de muito tempo para abanar o jogo. Começou por mostrar-se numa arrancada pela esquerda em drible e cruzamento para uma cabeçada defeituosa de Aguero. Logo a seguir, também início ao lance que acabou com polémica na área do Hoffenheim, com Baumann a sair aos pés de Sané e a derrubar o avançado alemão. O árbitro nada assinalou e o jogo prosseguiu intenso. O português dava um novo impulso ao jogo, mas Guardiola queria mais e também abdicou de Sterling, muito apagado este noite, para lançar Mahrez para a contenda.

A verdade é que o jogo estava cada vez mais enrolado, com o Hoffenheim a concentrar-se agora sobre a sua defesa e os minutos estavam a correr céleres para o final. Faltam pouco mais de três minutos para os noventa quando o City conseguiu, finalmente, passar para a frente do marcador, num lance que contou com dois Silvas e uma fífia monumental de Posch. Bernardo desceu mais uma vez pelo corredor esquerdo, trabalhou bem e cruzou para o primeiro poste. Posh fez-se à bola e tentou controlá-la com o peito, mas David Silva, rápido que nem uma flecha, meteu o pé e atirou a contar.

Um golo muito festejado por Pep Guardiola que, mais uma vez, acabou recompensado com a aposta em Bernardo Silva. O City soma os primeiros pontos e divide o comando do Grupo F com o Lyon que, ainda esta noite, recebe o Shakhtar Donetsk de Paulo Fonseca.

Depois de uma série negra com quatro derrotas consecutivas, que já vinha da época passada, o City volta agora a vencer a poucos dias de mais um jogo decisivo, agora na Premier League, com o City a deslocar-se a Anfield, no próximo domingo, para um embate de titãs com o Liverpool, num momento em que as duas equipas dividem o comando da classificação da liga inglesa.