O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa pediu coerência, referindo-se à presença de adeptos ingleses em Portugal para a final da Liga dos Campeões, e defendeu que «não é possível dizer que vêm em bolha» e depois isso não acontecer.

Durante uma visita ao Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa falava da pandemia e referiu a presença de adeptos ingleses para assistir à final da Liga dos Campeões, no Porto, sublinhando a necessidade de «um discurso que as pessoas percebam».

«Não se pode dizer que temos que obedecer às regras, fixa-se um limite e depois o limite já não é esse, é outro», afirmou, salientando também que «não é possível dizer que [os adeptos] vêm em bolha para assistir a um espetáculo desportivo e depois não vêm em bolha, não é possível».

E sublinhou: «Aí ou há um discurso ou há outro, tem de haver um discurso», sustentando que «aquilo que tem de ser o discurso a fazer perante uma situação tem que bater certo com a realidade».

«Porque se de repente há coisas que não batem certo com a realidade há uma perturbação e há uma crítica das pessoas», alertou também o Presidente da República.

Questionado se este foi «um ato falhado», Marcelo Rebelo de Sousa disse não saber se o é, mas apontou que «houve circunstâncias que não correram aparentemente como aquilo que tinha sido dito que iria correr».

«Não nos devemos agarrar ao ato em sim mesmo, devemos agarrar é à dificuldade de ir fazendo este processo de uma maneira que seja compreensível e aceitável para os portugueses», defendeu, considerando que «acontece» e constitui «uma lição para o futuro».