O Atlético Madrid qualificou-se para a final da Liga dos Campeões, pela segunda vez em três anos, graças a um golo de Griezmann e a uma exibição de luxo de Oblak, na derrota diante do Bayer Munique (1-2). Um jogo com uma enorme intensidade que, além dos três golos, contou ainda com uma grande penalidade desperdiçada para cada lado e uma mão cheia de oportunidades desperdiçadas pela equipa bávara. Uma grande vitória para Diego Simeone que, depois de já ter afastado o Barcelona, deixa também pelo caminho o Bayern de Pep Guardiola, duas equipas com uma elevada percentagem de posse de bola. Depois de Lisboa, o treinador argentino garante nova final em Milão e, agora, fica à espera do resultado entre Real Madrid e Manchester City, jogo marcado para esta quarta-feira, para o Santiago Bernabéu.

Confira a FICHA DO JOGO

Já se esperava uma entrada forte do Bayern, Diego Simeone tinha-o referido na antevisão do jogo, mas não um domínio tão acentuado da equipa bávara que entrou no jogo a todo o gás e obrigou os espanhóis a recolher para o interior da área de Oblak para suster as sucessivas investidas dos alemães. Pep Guardiola surpreendeu ao apostar em Boateng que tinha feito apenas um jogo [68 minutos frente ao B. Mönchngladbach] depois de ter recuperado a lesão que sofreu em janeiro e o internacional alemão correspondeu na plenitude. Apesar de no papel estar ao lado de Javi Martínez no centro da defesa, o central subiu o terreno para se colocar ao lado de Xabi Alonso e alimentar o ataque alemão com sucessivos passes em profundidade.

O Bayern atacava com uma frente alargada, com Lewandowski e Müller acampados na área, Douglas Costa e Ribéry a abrir caminho pelos corredores e ainda com Arturo Vidal, Xabi Alonso e Javi Martínez a aparecerem à entrada da área. Um verdadeiro sufoco que não deixava os colchoneros respirar. A equipa espanhola, apenas com Torres adiantado, bem procurava sair a jogar, mas o detentor da bola era rapidamente rodeado, desarmado e obrigado a recuar para travar nova investida dos alemães. Foi assim ao longo de meia-hora, com o Bayern, bem apoiado pelos seus adeptos, a encostar os colchoneros às cordas, com destaque para a disponibilidade física de Ribéry e Arturo Vidal na recuperação de bolas e cruzamentos para a área.

Xabi Alonso iguala eliminatória

O Atlético defendia como podia, concentrando muita gente à frente da baliza de Oblak que ia correspondendo com grandes defesas entre os postes. À passagem da meia-hora, falta de Augusto sobre Alaba, mesmo à entrada da área e, na marcação do livre, Xabi Alonso abriu o marcador, com um pouco de sorte, com a bola a sofrer um desvio nas pernas de Giménez e a enganar Oblak. A eliminatória estava empatada, mas o Bayern não baixou os braços e, logo a seguir, Giménez agarrou Javi Martinez em plena área e proporcionou uma grande penalidade para o Bayern. Em poucos minutos, o Bayern tinha a eliminatória à mercê, mas Oblak defendeu o pontapé de Müller e manteve tudo em aberto.

O Atlético só conseguiu respirar nos últimos dez minutos da primeira parte, quando o Bayern levantiou o pé, mas vinha aí mais. Simeone trocou Augusto Fernández por Ferreira Carrasco, na tentativa de manter a bola mais longe da área de Oblak e, quando parecia que o Bayern ia submeter o Atlético a novo sufoco, os colchoneros encontraram uma via de escape e chegaram ao empate. Um lance polémico, com Torres a lançar Griezmann que parte no limite do fora de jogo e, apenas com Neuer pela frente, atira a contar. Um enorme balão de oxigénio para a equipa de Simeone, uma vez que o Bayern, agora, precisava de marcar dois golos.

Já sem o mesmo fulgor que exibiu na primeira parte, o Bayern voltou a carregar sobre a área de Oblak, agora com menos pulmão, mas com mais cabeça. E foi com duas cabeçadas que recuperou a vantagem, aos 74 minutos, na sequência de um cruzamento de Alaba. Arturo Vidal amorteceu e Lewandowski atirou a contar, desta vez sem hipóteses para o guarda-redes esloveno.

Ainda faltavam mais de quinze minutos para o final e a equipa bávara voltava a ter a eliminatória à sua mercê. Mas o Atlético Madrid também teve uma oportunidade soberana para acabar com todas as dúvidas em mais um lance polémico, quando Javi Martinez derrubou Torres mesmo sobre a linha de grande área. O árbitro apontou para a marca de castigo máximo, mas Neuer, como Oblak tinha feito na primeira parte, defendeu o pontapé de Torres.

O jogo seguiu, assim, intenso até final, com Simeone completamente louco junto à lateral e toda a equipa novamente concentrada em anular as investidas dos alemães. Lewandowski e Coman tiveram novas oportunidades, mas Oblak e o Atlético resistiram até final e garantiram a primeira vaga na final de Milão.

Que jogo…