Paulo Fonseca a dar a volta por cima e José Mourinho a sobreviver em Sevilha, a primeira mão dos oitavos de final da Champions terminou em tons diferentes para os dois treinadores portugueses em campo esta noite. Com Fonseca em vantagem mas ambos com tudo em aberto para cumprir aquela que tem sido regra nos últimos anos, a presença de um treinador português no já bem exclusivo clube dos quartos de final da prova. Se conseguir passar em Roma, o treinador também conseguirá furar com o Shakhtar Donetsk o domínio que se avizinha mais uma vez dos clubes das grandes Ligas nesta fase.

A primeira mão dos oitavos já deixou sinais claros, com o FC Porto, único representante português em prova, em muito maus lençóis, depois da goleada sofrida em casa com o Liverpool (0-5). Depois há alguns dos pesos pesados do costume com a eliminatória mais que encaminhada, desde logo o Bayern Munique, que goleou o Besiktas (5-0), e o Manchester City, que foi a Basileia ganhar por 4-0. O Real Madrid também vai ao Parque dos Príncipes em vantagem sobre o PSG, depois de virar para uma vitória por 3-1 com dois golos que de Cristiano Ronaldo.

No jogo-cartaz da ronda, o golo de Messi em Stamford Bridge vai dando ânimo ao Barcelona frente ao Chelsea (1-1). Também tudo em aberto entre Juventus e Tottenham, depois do empate a dois golos em Turim.

Esta noite, De Gea evitou que o Manchester United e José Mourinho deixassem Sevilha com uma derrota (0-0). A decisão fica marcada para Old Trafford, com tudo em jogo e o treinador português ainda na corrida por aquele que seria mais um feito histórico. Se vencer a Champions, conseguirá o seu quinto troféu europeu, ele que é o atual detentor da Liga Europa e que já tem no bolso as duas «Champions», ganhas por FC Porto e Inter, mais a Taça UEFA de 2003 com os «dragões».

Esta é a 15ª presença de José Mourinho na Liga dos Campeões. A primeira foi em 2001/02, com o FC Porto, e desde 2004 só falhou precisamente a edição da época passada. Avançou para os quartos de final em oito dessas edições e sempre que o fez apurou-se pelo menos para a meia-final.

À partida para esta edição da Liga dos Campeões eram seis os treinadores portugueses em prova, número igualado apenas pela Itália. Rui Vitória foi o primeiro a ficar pelo caminho, naquela que foi a pior participação do Benfica na prova, Jorge Jesus caiu com o Sporting para a Liga Europa e Leonardo Jardim também foi eliminado, no grupo do FC Porto, depois de ter chegado com o Mónaco às meias-finais na época passada.

Sérgio Conceição apurou-se para os oitavos de final com o FC Porto, mas a continuidade em prova é nesta altura pouco mais que uma miragem.

Já Paulo Fonseca está bem vivo, depois da vitória desta noite sobre a Roma (2-1). Na sua segunda presença na fase de grupos da prova, depois de se ter estreado em 2013/14 com o FC Porto, o treinador está a liderar o Shakhtar numa campanha notável. Foi a primeira equipa a vencer esta época o Manchester City, no jogo que selou o apuramento, depois de já ter ganho também ao Nápoles, que deixou pelo caminho.

E está de olho nos quartos de final, a fase em que, como dizia José Mourinho na véspera do jogo com o Sevilha, «começam os sonhos» na Champions.

Em aberto portanto a presença de treinadores portugueses nessa fase, como tem sido regra nos últimos anos. Na época passada foi Leonardo Jardim o representante luso, antes Rui Vitória com o Benfica, o último a consegui-lo com uma equipa portuguesa.

Foi há 10 anos, em 2007/08, a última vez que não houve um treinador português nos quartos da Champions. De então para cá José Mourinho tem sido o mais regular, com cinco presenças. Jardim já o tinha feito também em 2014/15. Jorge Jesus, com o Benfica em 2011/12, e Jesualdo Ferreira, com o FC Porto em 2008/09, foram os outros treinadores que o conseguiram com equipas portuguesas. O FC Porto chegou aos quartos de final em 2014/15, mas o treinador era o espanhol Julen Lopetegui.