No jogo mais valioso da sua história, o FC Porto não falhou e fez história ao vencer fora por 3-0 a Roma, reduzida (e bem) a nove elementos, resolvendo uma eliminatória que parecia vir embrulhada do Dragão com o empate a um golo.

Nuno Espírito Santo passou o primeiro grande teste, provou ter uma equipa, desde logo, apurou os dragões para a fase de grupos da «liga milionária» e pôs a mão em 14 milhões de euros – 12 milhões de prémio pela presença na fase de grupos mais dois milhões pela vitória no play-off.

Memorável. Histórico. Olímpico, se quiserem. E todos os adjetivos elogiosos que lhe quiserem a esta equipa.

Começar a ganhar

O jogo começou com o FC Porto personalizado e pressionante, tal como a Roma na primeira mão no Dragão, e parece ter surpreendido os italianos, que mostraram muitas dificuldades na primeira fase de construção de jogo.

Melhor do que isso, um golo logo a começar colocou os azuis e brancos em vantagem pela primeira vez no play-off. Aos 8 minutos, Felipe subiu e de cabeça deu o melhor seguimento a um livre de Otávio, gelando o Olímpico, onde durante largos períodos de jogo quase só se ouvia o meio milhar de adeptos lusos.

FC Porto em vantagem e 14 milhões de euros ali tão perto.

A jogar em casa, a Roma reagiu, pois claro. Sobretudo por Nainggolan. O médio belga foi o principal foco de preocupação para a defensiva portista, através da meia distância (2’ e 20’), de cabeça (15’ e 67’) ou de cruzamentos venosos para o «farol» Dzeko, que também serviu Salah para a melhor oportunidade da Roma aos 37’.

Sinal vermelho para a Roma

Defensivamente o FC Porto não tremeu como em tempos recentes. E quando a Roma criava perigo apareceu Casillas (grande defesa àquele remate de Salah!) e quando não era o espanhol era Felipe a tirar o pão da boca a Dzeko.

Até que se aproximava o intervalo e De Rossi perdeu a cabeça: entrou a matar sobre Maxi e foi expulso.

O FC Porto a jogar com mais um e 14 milhões de euros ali tão perto.

Ainda antes do intervalo, já no incompreensível período de seis minutos de tempo extra concedido pelo árbitro, Herrera esteve bem perto do segundo golo, num remate a rasar o poste.

Porém, mesmo sem marcar os dragões conseguiam aproximar-se um pouco mais da fase de grupos. Emerson Palmieri (que na primeira mão já havia feito o penálti que valeu o empate ao FC Porto) também teve uma entrada violentíssima, desta vez sobre Corona, aos 50’.

Tal como De Rossi, no final da primeira parte, outro jogador romano perdia a cabeça e deixava a equipa a jogar com nove.

E assim o FC Porto passava a jogar com mais dois e quase com as duas mãos no pote de ouro.

Mexicanos na sentença final

Curiosamente, a jogar com mais dois jogadores os portistas controlaram menos o jogo.

No imediato a equipa de Nuno Espírito Santo pareceu deslumbrada com o espaço que teve à disposição. Perdeu a calma várias vezes e deixou a Roma criar perigo quando já não devia de ter argumentos para tal.

Até que em três minutos acordou da letargia momentânea e decidiu resolver a partida com dois golos mexicanos. Aos 72’, Herrera descobriu Layún (que bem entrou ele no final da primeira parte para o lugar do lesionado Maxi!), que inteligente contornou Szczesny e rematou para o fundo da baliza. 2-0! E o terceiro viria a surgir aos 75’,  por Corona que arrancou, driblou e partiu os rins a Manolas e rematou para a glória.

3-0!!! E venham de lá esses milhões...

Filme do jogo: Roma-FC Porto, 0-3

Naquele que monetariamente terá sido o jogo mais valioso da sua história o FC Porto não falhou. Recuperou da desvantagem e foi a Roma para arrombar o cofre «uefeiro» para se juntar a Benfica e Sporting na montra principal do futebol europeu.

Que noite memorável para os azuis e brancos. Que grande início de época para esta equipa de Nuno Espírito Santo. Sim, uma equipa, algo que o FC Porto há muito tempo parecia não ter. E isso vale milhões.