* Enviado-Especial a Madrid

A figura:
 
Pepe
Na semana em que a Puerta del Sol recuperou o famoso letreiro «Tío Pepe», uma atração da praça madrilena durante quarenta anos, e que tinha sido retirado em 2011, o Santiago Bernabéu teve também um grande Pepe. O internacional português saiu lesionado aos 73 minutos, mas até então fez uma exibição absolutamente imperial no centro da defesa «merengue», cortando tudo o que havia para cortar, inclusive iniciando a jogada do golo de Benzema. Ao abandonar o relvado ouviu os adeptos cantarem o seu nome, mas era já a terceira vez que isso acontecia no jogo.

O momento: minuto 19
O único golo do encontro, apontado pelo Real Madrid, surgiu na sequência de um contra-ataque bem português, que começa num corte de Pepe e depois tem Ronaldo a lançar Coentrão para a assistência. Benzema foi o autor deste tento que deixa o Real mais perto da final de Lisboa.

Outros destaques:

Ronaldo
Jorge Valdano disse um dia que Luís Figo, mesmo quando jogava mal, era um dos três melhores jogadores em campo. Pois isto podia aplicar-se perfeitamente a Cristiano Ronaldo. Notou-se que não está a cem por cento, o que era expectável, tendo em conta que não jogava há três semanas, mas ainda assim esteve associado aos principais lances de perigo do Real. Está no lance do golo de Benzema e também teve quatro ocasiões para marcar. Três para defesa de Neuer e uma, a mais perigosa, em que rematou por cima, só com o guarda-redes alemão pela frente. Quebrou um ciclo de onze jogos consecutivos a marcar, mas saiu aos 73 minutos com sentimento de dever cumprido, certamente.

Xabi Alonso
Mais uma exibição fenomenal deste médio com uma cultura tática impressionante. Exímio a ocupar os espaços na zona central do terreno, reduzindo o raio de ação de Schweinsteiger e Kroos. Fundamental também o corte já em período de descontos, quando Müller se preparava para rematar na área.

Fábio Coentrão
Pouco ficou a dever à exibição dos compatriotas. Não só pela assistência para golo, mas também no acerto revelado na marcação a Robben, porventura o elemento mais mexido do ataque alemão. Ainda na primeira parte chegou a aparecer do lado direito da defesa para cortar um lance. Mostrou, por isto tudo, que atravessa um dos melhores momentos em Madrid.

Robben
Como já referido anteriormente foi o elemento do Bayern que mais procurou agitar o ataque, embora muito bem controlado por Coentrão. Em todo o caso o holandês procurou oferecer alternativa à posse de bola ineficaz do Bayern com iniciativas individuais, mas não teve grande sucesso.

Kroos
Se Robben merece o destaque pela vontade de agitar o jogo, o médio alemão evidenciou-se pela regularidade exibicional, por ter procurado sempre dar rumo às jogadas do Bayern. Faltou-lhe foi companhia.

[mais tarde, na edição 153 da MF Total, pode ler a crónica do jogo]