Cristiano Ronaldo e Pepe foram titulares na vitória do Real Madrid por 3-1 em Nápoles. O campeão europeu continua na corrida a um inédito «bi» no formato Liga dos Campeões, mas não se livrou de um susto na visita a Itália.

E não foi por falta de aviso que o Real viveu pelo menos 45 difíceis na visita ao San Paolo. Zinedine Zidane tinha antecipado momentos de sofrimento na 2.ª mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões com o Nápoles, mas é improvável que esperasse ver a sua equipa ser tão subjugada como tantas vezes o foi nesta terça-feira.

O cenário pintado pelo desaire no Santiago Bernabéu, por 3-1, obrigava os napolitanos a assumirem todos os riscos. Rimonta era a palavra de ordem para o conjunto de Maurizio Sarri, embalado por um San Paolo em efervescência e que começou a ficar lotado a seis horas do apito inicial do jogo.

E os merengues sentiram esse ambiente diabólico. Entraram sem bússola, sem capacidade para criar nem para conter a criatividade da equipa italiana, sempre mais alerta, ágil e comprometida em campo.

Guiados por Hamsik e com Insigne e Mertens como boas extensões do criativo eslovaco, os napolitanos aproveitavam com eficácia os muitos espaços entre linhas concedidos pelos merengues.

De ameaça em ameaça, transformaram a fumaça em… fogo. Aos 24 minutos, Hamsik lançou Martens com um passe a rasgar e o avançado belga, descaído para a esquerda, atirou cruzado dentro da área para o 1-0 do Nápoles.

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O campeão europeu não parecia ser mais do que uma réplica de outros tempos, mas com os problemas que há muito são apontados a um conjunto que (sobre)vive recorrentemente de momentâneos laivos de inspiração. Pouco depois do golo sofrido, Ronaldo, lançado por Benzema, contornou Reina e atirou contra o poste esquerdo. Sem fazer muito para o justificar, o Real quase chegava ao empate.

O que a sorte tinha dado ao Nápoles, havia de retirar-lhe aos 38 minutos, quantos Mertens atirou de pé direito ao poste.

O jogo ia para o intervalo com a eliminatória a pender para os merengues, mas também com uma quase certeza: novos 45 minutos de desinspiração poderia custar caro à formação de Zinedine Zidane.

É aqui que entra o suspeito do costume.

O homem talhado para os grandes momentos.

Sergio Ramos, por supuesto.

Em pleno San Paolo, o capitão voltou a vestir as asas de anjo da guarda dos merengues. Não uma mas duas vezes: aos 52’ e aos 57 minutos, duas cabeçadas certeiras após cantos batidos por Kroos.

Os dois golos arrasaram por completo a equipa italiana, sem forças nem moral para reenguer-se após o baque.

Já em período de descontos, Morata fechou as contas na recarga a um remate de Ronaldo, repetindo o resultado e a marcha do marcador da 1.ª mão há três semanas.

Salvou-se o resultado para os merengues, sim, num jogo em que acabaram com controlar o ímpeto do adversário mais através da dupla cabeçada de Ramos do que com a qualidade que é exigida a uma equipa com tantas estrelas. Mas o que mais importa nestas andanças do mata-mata?