Figura: Mohamed Salah

O faraó foi, uma vez mais, um pesadelo para a defesa portista. Pelo terceiro jogo seguido, o egípcio marcou no Dragão e foi o principal responsável por cravar a diferença entre as duas equipas. Salah mostrou-se letal e penalizou dois erros contrários com dois golos. A música que os adeptos do Liverpool cantam «running down the wing» traduz na perfeição como o extremo joga. Enfim, é um jogador de classe mundial.


Momento: Zaidu falha e Salah quebra resistência portista, minuto 18

O Liverpool estava a dominar o jogo nos 15 minutos iniciais, mas ainda não tinha criado uma verdadeira situação de perigo. O jogo mudou e os reds passaram a estar completamente confortáveis no Dragão quando Salah inaugurou o marcador. Diogo Costa defendeu para os pés de Zaidu o remate de Curtis Jones e na o lateral-esquerdo não aliviou a bola de primeira, perdendo-a para o avançado que inaugurou o marcador.

Outros destaques:

Diogo Costa: o guardião formado no FC Porto fez uma mão cheia de defesas decisivas que impediram que o resultado fosse ainda mais pesado. Há duas defesas de Diogo Costa absolutamente deliciosas: a remate de Henderson (43m) e uma «mancha» perante Jota. Ainda assim, no jogo em que Marchesín regressou ao banco de suplentes, o internacional sub-21 portista cometeu dois erros que resultaram em dois golos do Liverpool. Fica, por isso, ligado ao resultado sofrido pela sua equipa. Tem apenas 22 anos e uma margem de crescimento tremenda.

Fábio Cardoso: foi forçado a estrear-se perante a lesão de Pepe no aquecimento e não se pode dizer que tenha estado mal. Ainda que tenha jogado a um nível abaixo de Marcano, o ex-Santa Clara não tremeu na estreia. Exibiu pouco acerto com a restante linha defensiva, mas não foi por aí que o FC Porto acabou goleado. 

Diogo Jota: podia ter saído do Dragão com pelo menos um golo. O internacional português perdeu o duelo particular com Diogo Costa que lhe negou por duas vezes a possibilidade de festejar. Quando não foi o guarda-redes portista a brilhar, foi o jogador do Liverpool a errar o alvo. Apesar de ter sido pouco feliz na finalização, Diogo Jota fez um jogo interessante no centro do ataque dos ingleses, baixando constantemente para receber dos médios e lançar a velocidade tanto de Mané como de Salah. Foi bastante aplaudido quando saiu. 

Fábio Vieira: não fez um jogaço, mas mostrou sempre algo que faltou a outros colegas: vontade de ter bola. O internacional sub-21 português foi o oxigénio da equipa, deixando-a respirar com bola. Ensaiou um punhado de combinações interessantes, especialmente com Taremi e fez uma assistência brilhante para o iraniano. Ganhou pontos. 

Firmino: não poderia ter desejado melhor regresso à Liga dos Campeões. Depois de ter falhado o jogo com o AC Milan por lesão, o brasileiro jogou apenas 24 minutos, mas fez a diferença. Firmino marcou dois golos - um deles após um erro de Diogo Costa e outro depois de um ressalto feliz - e revelou-se extremamente eficaz. 

Curtis Jones: depois de Salah, o melhor jogador do Liverpool no Dragão. Quem diria que tem apenas 20 anos tamanha a qualidade e inteligência que mostra em campo. Jones não fez nada em esforço, mas sim com uma simplicidade assustadora. Está em três dos cinco golos dos ingleses ao rematar antes do erro de Zaidu (1-0) e assistiu Salah o terceiro da noite. Notável.