O FC Porto não é um dos ditos «tubarões» da Europa. Mas é um «golfinho» com números de tubarão. Ao quinto jogo da fase de grupos, os campeões nacionais venceram o Schalke, chegaram à quarta vitória e garantiram tanto a qualificação – confirmada antes do jogo em virtude da derrota do Galatasaray - como o primeiro lugar do grupo.

De resto, terminar a fase de grupos da maior prova da UEFA em primeiro não é novidade para os portistas. Ainda que tenha acontecido por cinco vezes em 14 presenças na fase a eliminar, é um feito que merece ser sublinhado.

Após  uma primeira parte insegura, os campeões nacionais regressaram do balneário de cara lavada. Autoritários, capazes e competentes resolveram o jogo em dois minutos com golos de Militão e Corona. Os germânicos não desistiram – reduziram por Bentaleb nos minutos finais –, mas Marega sentenciou o encontro nos instantes finais.

FICHA E FILME DO JOGO

A previsão de Conceição na véspera cumpriu-se. Este foi o jogo mais difícil e exigente que o FC Porto teve na prova por mérito foi dos vice-campeões alemães. Personalizados e a pressionar alto, conseguiram remeter o adversário para o seu meio-campo durante o primeiro quarto de hora.

Uma bomba de Danilo (16’) ajudou ao equilíbrio de forças e ao mesmo tempo deixou o Schalke em sentido. O jogo virou para os portugueses como ficou provado quatro minutos depois: disparo à meia volta de Marega travado com categoria por Fahrmann (20’).

Entre algumas perdas de bola e lapsos anormais, os dragões acabaram a primeira parte à frente do adversário em vários aspetos: mais remates (6-2, 2-0 em remates à baliza, mais posse de bola (61%-39%) e mais cantos (2-1).

Ao contrário do início do jogo, a segunda parte do FC Porto entusiasmou, prendeu o olhar e teve momentos de levantar o estádio. Como a sensacional jogada entre Corona e Brahimi que terminou com o remate certeiro do mexicano para o 2-0 (55’). Ou então como o pontapé de bicicleta de Felipe à trave (60’). Três minutos antes do golo de Tecatito (52’), Militão concluiu de cabeça um canto nascido no laboratório do Olival e inaugurou o marcador.

Por fim, o FC Porto respirou e desfrutou do jogo. Corona, por exemplo, podia ter bisado e fechado por completo o jogo, mas falhou na cara de Fahrmann (63'). 

Porém, o Schalke é o vice-campeão germânico. Não tem o nível do ano passado, mas o estatuto, o brio e a qualidade individual dos seus jogadores continuam a estar presentes. Como é típico em equipas alemãs, não desistiu e foi premiado: Óliver cortou com a mão dentro da área e Bentaleb aproveitou o penálti para reduzir (89’).

Acabou por ser Marega a confirmar o triunfo português em período de compensação.

Qualificação garantida antes de entrar em campo, primeiro lugar assegurado no relvado e um total de 12,2 milhões de euros garantidos em poucas horas: a síntese crua e dura de uma noite perfeita para o FC Porto.