Figura: Sérgio Oliveira

«Jogas tanto, Oliveira». A ausência de público nos estádios permitiu-nos ouvir tudo o que é dito entre os jogadores. Não há maior reconhecimento do que o dos nossos pares, seja em que profissão for. O internacional português atravessa o melhor momento da carreira e fez jus ao que os colegas dizem de si. O médio encheu o campo: pressionou alto, roubou bolas, fez passe a rasgar a organização contrário e marcou. Enfim, jogou e fez jogar. A vitória portista, a primeira nesta edição da Champions, tem o nome de Sérgio por todo o lado.


Momento: Mbemba faz de Marchesín, minuto 40

Na única falha de Marchesín, Mbemba apareceu e manteve os dragões a voarem. O guarda-redes argentino afastou com os punhos o desvio de cabeça de Masouras, deixando a bola em Valbuena. O francês só não lhe fez um chapéu perfeito porque o defesa congolês cortou em cima da linha. 


Outros destaques:

Mbemba: Pepe fez o seu jogo 100 na Champions, mas foi o congolês quem pareceu o veterano. Concentração nos píncaros, agressividade nos limites, assim jogou Mbemba. Fez uma exibição praticamente sem falhas. Nota para o corte decisivo em cima da linha que roubou um golo feito a Valbuena.

Fábio Vieira: o campeão europeu de sub-19 começa a mostrar-se na Champions dos graúdos. O jovem portista revelou frieza na forma como retirou a bola do alcance de Sá e fez o 1-0. Fábio Vieira teve critério com bola e foi um aliado importante de Sérgio Oliveira na pressão alta que os dragões fizeram, sobretudo na primeira meia hora. Sentiu nas pernas o peso dos últimos dois jogos e foi o primeiro a sair.

José Sá: voltou ao Dragão como um senhor guarda-redes. O ex-FC Porto revelou-se bastante seguro nas suas ações quer entre os postes, quer com os pés e ficou isento de culpas nos dois golos sofridos. Na retina ficou a mancha soberba a remate de Marega, à passagem dos trinta minutos. A exibição desta noite prova que Sá é um belo guarda-redes.

Masouras: surpreendentemente o grego foi o primeiro elemento a ser retirado do jogo por Pedro Martins. Enquanto esteve em campo, Masouras foi um dos jogadores mais perigosos da partida e que o diga Marchesín. O argentino ficou com as luvas a arder após o míssil do avançado do Olympiakos a abrir a segunda parte.

Valbuena: é um jogador de fino recorte, que joga de cabeça levantada e com a bola colada ao pé. O francês não se desfez da bola quando pressiona, jogou simples, mas com uma qualidade tremenda. Conseguiu imensos cruzamentos perigosos e ficou perto de um chapéu delicioso. Sem dúvida, o melhor jogador do conjunto grego no Dragão.