Rui Vitória desvalorizou os aspetos táticos para o segundo jogo entre Benfica e Spartak Moscovo, considerando que, da parte da equipa russa, terá de haver, acima de tudo, um grande equilíbrio entre o racional e o emocional para a equipa acreditar que pode contornar o resultado negativo da primeira mão. 

«Será um jogo difícil, contra um bom adversário. Vamos trabalhar muito amanhã para dar a volta ao resultado. Para amanhã o jogo tem de ser ganho com esta parte do coração e com a cabeça. Temos de dosear. Se fomos muito racionais não chega, mas se não tivermos alma, também não. Temos de misturar estas duas grandes áreas e vamos para o jogo. O Benfica está na vantagem no marcador, mas, pelo que vejo dos meus jogadores, somos pessoas de ir à luta, de trabalho de rigor e de acreditar», destacou em conferência de imprensa.

O Benfica marcou primeiro em Moscovo e acabou por vencer por 2-0. Rui Vitória deu a entender que esta terça-feira o primeiro golo também poderá ser determinante. «O Benfica tem dinâmicas muito interessantes. Os jogadores têm qualidade na receção e no passe. Mesmo a jogar sob pressão conseguiram sair bem. Na primeira mão, o primeiro golo teve muita importância. Perdemos lucidez, tranquilidade e isso deu vantagem ao Benfica. Este será um jogo diferente. Estamos a defrontar uma grande equipa, é a equipa mais forte deste grupo, como já tinha dito. Vamos fazer tudo para reverter a eliminatória», comentou.

Os jornalistas russos colocaram o foco da conferência de imprensa em questões táticas, mas o treinador desvalorizou. «Existem uma série de coisas que têm de ser analisadas. Não é por mudar a tática que isso se vai resolver. Na primeira mão [na fase final do jogo] jogámos com três centrais numa altura em que adversário já não estava a pressionar tanto e precisávamos de jogar em largura e profundidade», explicou.

Quanto à eventual estratégia de Jorge Jesus para o segundo jogo, Rui Vitória diz que a sua equipa vai ter de se adaptar. «O Benfica, na sua disposição tática, trabalha bem com cinco defesas e com quatro. Sabemos quais as soluções que podem existir para aquilo que o adversário nos apresentar, temos também a resposta para ar. Quando estamos num clube de dimensão elevada, não se pode perder muito tempo a desgastar-nos com coisas que não são relacionadas com a equipa, com o jogo. Nos últimos tempos as coisas complicaram-se no Spartak, mas não é por este momento que vou arranjar desculpas», insistiu.