2015, 2018 e 2020.
Anos distintos, desfechos semelhantes para Mourinho. O técnico português não supera uma eliminatória da Liga dos Campeões desde 2014, ou seja, há seis épocas.
Difícil de acreditar para quem olha apenas para os números. O Tottenham teve uma exibição horrível em Leipzig, perdeu por 3-0 e acabou eliminado da Champions. Os números da eliminatória, 4-0, acabam por ser simpáticos para os ingleses tamanha a superioridade dos germânicos nas duas partidas.
Depois da derrota por 1-0 em Londres, só um super Tottenham - parecido com o que afastou o Ajax nas meias-finais da época passada - podia superar o energético e voraz conjunto de Nagelsmann.
No entanto, o Leipzig entrou como se estivesse em desvantagem na eliminatória. Os germânicos jogam a um ritmo frenético, como quem acaba de ingerir várias bebidas energéticas. Agarrados a essa ideia, os alemães resolveram a questão em vinte minutos.
Um pesadelo para o Tottenham. Logo aos dez minutos, Sabitzer abriu o ativo com um pontapé de fora da área. Lloris ainda desviou, mas não impediu que a bola entrasse. O capitão do Tottenham acaba por ficar mal também no lance do 2-0. Outra vez Sabitzer, desta feita de cabeça, e novamente o campeão do mundo francês a não segurar a bola (21m).
Pelo meio, Werner viu o VAR roubar-lhe o primeiro golo em casa pelo Leipzig na Liga dos Campeões. O desenho da jogada foi delicioso, mas o avançado estava ligeiramente adiantado.
A primeira e única jogada de perigo dos spurs em toda a primeira parte saiu dos pés de Lo Celso. Um remate em jeito, de pé esquerdo, que obrigou Gulácsi a defesa apertada não é suficiente. Não chega para quem quer discutir uma eliminatória, muito menos para quem é vice-campeão em título.
A segunda metade foi diferente. O Leipzig não jogou no ritmo frenético, de pressão alta e saídas rápidas, optando por dar iniciativa ao Tottenham. Dessa forma, as oportunidades de golo foram uma raridade.
A melhor jogada do encontro da equipa de Mourinho foi desenhada por Alli com ajuda de Lucas. O brasileiro fugiu a Upamecano e deixou para o inglês atirar à figura de Gulácsi. Segundo remate à baliza do Tottenham aos 72 minutos. 72 minutos, sim.
Os spurs estavam entregues. Portanto, houve tempo e espaço para o Leipzig se recriar com a bola. Upamecano, o defesa francês do conjunto alemão, aventurou-se várias vezes a partir de trás ora tabelando, ora driblando contrários. É sintomático do baixar de braços do Tottenham.
A três minutos do final, Forsberg - que estava há menos de um minuto em campo - ainda teve tempo para fazer o 3-0 após cortes imperfeitos de Dier e Sessegnon. Um resultado mais condizente com o que se passou nesta segunda mão, ainda que não espelhe verdadeiramente o que aconteceu nas quatro partes da eliminatória.
Sexto jogo sem vencer do Tottenham. Os spurs e Mourinho, outrora especiais, já não o são. Pelo menos em 2019/20. Por sua vez, o Leipzig chega pela primeira vez aos quartos de final da Liga dos Campeões a candidata-se a ser a sensação da prova, juntamente com a Atalanta.
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