A Liga Portuguesa de Futebol Profissional aprovou, em Assembleia Geral Extraordinária, a criação de uma fundação de solidariedade social. O projeto tem um custo previsto de 100 mil euros e a verba sairá diretamente dos cofres da Liga.
O presidente Mário Figueiredo assegurou, de resto, que esta fundação não acarretará qualquer custo para os clubes nacionais. Na votação levada a cabo, apenas o Gil Vicente, o Beira-Mar, o Sp. Covilhã e a Oliveirense votaram contra, por entenderem não ser esta a altura certa para avançar com tamanha empreitada.
António Fiusa, presidente gilista, foi aliás bastante crítico na declaração feita aos jornalistas.
«Tudo isto é show-off, é uma mise en scène [teatro] da direção da Liga e do seu presidente. Quando há clubes com salários em atraso, quando existe uma realidade tão difícil no futebol português, este não me parece o momento adequado para que seja criada uma fundação», disparou Fiusa.
O dirigente foi ainda mais longe. «Isto não quer dizer que não me preocupo com a solidariedade, só que entendo que esta não é a altura adequada para isto, pois o dinheiro faz falta aos clubes», completou António Fiusa.
Mário Figueiredo, presidente da Liga, tem uma posição contrária. «O futebol é um veículo que pode ajudar a minimizar a crise, em ações solidárias. Respeito a opinião de António Fiusa, que até é um homem de causas. Por isso mesmo ele devia entender esta situação melhor do que ninguém».
Resta referir que F.C. Porto, Académica, Nacional e V. Setúbal não marcaram presença na AG. Da II Liga, Atlético, Portimonense e Arouca também não enviaram representante.
[artigo atualizado]