Foi preciso recorrer ao prolongamento para se encontrar o adversário de Portugal na final da primeira edição da Liga das Nações. Holanda e Inglaterra protagonizaram um jogo intenso com momentos repartidos de domínio Estádio D.A fonso Henriques e chegaram ao final do tempo regulamentar com uma igualdade fruto de dois golos de bola parada.

Erros gritantes de Stones e Barkley na meia hora complementar estenderam a passadeira da final à Holanda (3-1), sendo que mesmo aí, a aproveitar a primeira oferta, Promes teve num precioso desvio de Walker a indicação do caminho para o Dragão, palco da final do próximo domingo frente à Seleção das Quinas.

De entre o jogo musculado e com imensas disputas de bola sobra a ideia de que Portugal vai medir forças com uma laranja ainda verde, mas a amadurecer e a mecanizar o seu processo com jovens jogadores de inegável valia.

AO MINUTO: ficha de jogo e principais lances

A reconstruir as suas bases depois de um período de pouco fulgor, Holanda e Inglaterra procuram subir patamares no ranking. Mostraram, uma vez mais, que têm um punhado de miúdos de barba rija e muito talento.

Dentro deste espírito foi o conjunto do país das tulipas que demonstrou maior capacidade coletiva. Pautou o seu jogo a partir de trás, com o cérebro de De Jong a funcionar e a traçar lances atrativos.

Tranquilo no jogo, o conjunto de Ronald Koeman foi atraiçoado por essa mesma tranquilidade. Seguro com o esférico, De Ligt foi imprudente e deixou-se antecipar por Rashford no interior da área, já só sendo capaz de emendar a situação travando o adversário em falta.

O mesmo Rashford assumiu a marcação e com um penálti clássico, bola para um lado Cillessen para o outro, adiantando os ingleses quando estava cumprida meia hora de jogo. Duro golpe numa seleção holandesa cheia de habilidade perante uma Inglaterra que sobressaía acima de tudo pelas suas individualidades.  

DESTAQUES: De Jog, o cérebro da laranja

Recompostos do calafrio provocado pelo golo sofrido, a tal laranja que ameaça mecanizar-se cresceu na segunda metade e acercou-se da baliza de Pickford, anunciando o empate que se ia adivinhando face ao caudal ofensivo imposto.

De Ligt redimiu-se do erro que deu a vantagem inglesa e também de bola parada, num pontapé de canto, bateu Pickford de cabeça. Forte no jogo aéreo, o defesa central ganhou na disputa de bola com dois adversários e empurrou o jogo para prolongamento.

Um prolongamento que podia ter sido evitado de parte a parte. A Inglaterra ainda festejou o segundo mas o VAR assinalou um fora de jogo milimétrico a Lingard e nos descontos Depay desperdiçou uma oportunidade clamorosa.

O embate estava destinado a ser resolvido no prolongamento e aí a Holanda foi claramente superior. A Inglaterra ainda tentou dar um ar da sua graça, mas cometeu os tais erros clamorosos que fazem a Holanda estar na final de uma grande competição depois de nem sequer se ter apurado para as últimas fases finais.   

Koeman está a construir uma seleção compacta e talentosa apostando na nova geração no futebol holandês, começando a traçar o futuro agora, no presente, com a disputa da Liga das Nações frente a Portugal.