A Liga de Clubes anunciou esta quinta-feira, em comunicado, que subscreve as preocupações do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias quanto às restrições à livre prestação de serviços no sector da exploração de jogos de fortuna ou azar na Internet. Em Portugal, ao contrário dos restantes países da Europa, a Santa Casa da Misericórdia possui o monopólio da exploração das apostas online, impedindo o acesso dos clubes a receitas que eles próprios geram. Uma situação que, no entender da Liga, resulta em desigualdade face aos demais clubes europeus.
A Liga começa por referir que é solidária no combate à fraude e à criminalidade que eventualmente possam estar associadas à exploração de jogos, mas defende que para isso o Estado terá de regulamentar o sector e procurar uma harmonização a nível europeu sobre a matéria. O órgão que gere o futebol profissional diz ainda que é «incompreensível» que se tenha estabelecido um monopólio com o objectivo de combater a fraude e a criminalidade, «mais ao estilo totalitário do que de democracia moderna».
Neste sentido, a Liga reafirma que «tudo fará para fazer valer os seus direitos e os dos clubes seus associados, demonstrando que este monopólio, como qualquer outro, não beneficia o Estado, nem os clubes, nem o futebol, nem os adeptos».
A Liga apelas ainda aos partidos políticos, a poucos dias das eleições legislativas, que «digam aos portugueses se são a favor ou contra este monopólio e se vão continuar a fingir que as apostas online não existem».